Com um gol aos 53 minutos do segundo tempo, o Palmeiras foi campeão da Libertadores da América pela segunda vez na história. O alviverde derrotou o rival Santos no Maracanã por 1 a 0, gol de Breno Lopes.
Pela segunda vez na história da Libertadores, a competição foi decidida em jogo único. O confronto aconteceu no Maracanã. Pela segunda vez, um técnico português levanta a taça. Depois de Jorge Jesus pelo Flamengo em 2019, agora Abel Ferreira pelo Palmeiras.
Agora, os olhos do alviverde paulista se voltam para o Mundial de Clubes, que será disputado a partir do próximo dia 4. O Palmeiras estreia no dia 7, enfrentando na semifinal quem se der melhor no confronto entre o Tigres, do México, e o Ulsan Hyundai, da Coreia do Sul.
O sonho palmeirense é colocar um ponto final na eterna piada dos rivais de que o alviverde não tem título mundial. O clube se considera o primeiro campeão mundial da história, graças à Copa Rio de 1951, mas essa não é uma unanimidade entre os fãs de futebol.
No caminho até a conquista, o Palmeiras tem pela frente o Bayern de Munique, da Alemanha. Se passar da semifinal, o alviverde enxerga os alemães como prováveis adversários no confronto definitivo da final.
Partida
O jogo decisivo foi uma partida morna, com muitos erros de passe e poucas chances de gol por parte dos dois times, que pareciam nervosos e com medo de errar.
O árbitro argentino Patrício Losteau deu oito minutos de acréscimo, que viraram mais de 14 diante da chuva de substituições e emoções nos últimos minutos da partida, que incluíram até a expulsão do técnico santista Cuca.
Em razão da pandemia da Covid-19, a partida não teve torcida pagante, apenas convidados da CBF. Apesar do público reduzido, as regras de distanciamento social não foram plenamente cumpridas: diversas vezes ao longo da partida, o sistema de som do Maracanã reproduziu pedidos para que os presentes deixassem de se aglomerar e mantivessem as máscaras no rosto.
Obsessão alviverde
Entre os vários cantos da torcida do Palmeiras, um trecho constante nas arquibancadas era ouvido quando o futebol ainda tinha a sorte de contar com os torcedores no estádio: “a taça Libertadores é obsessão”.
E essa pressão pelo título mais importantes das Américas extrapola os gramados e as arquibancadas. O sucesso do alviverde na final deste sábado (29) pode ser um divisor de águas para a parceria com a Crefisa, uma das mais vultuosas em termos financeiros que o futebol brasileiro já produziu.
Nos últimos anos, o Palmeiras já recebeu cerca de R$ 800 milhões desde 2015, quando o projeto começou.
Boa parte desse dinheiro foi direcionado para a contratação de jogadores que vieram a peso de ouro, alguns já foram embora, como Ricardo Goulart e Miguel Borja, e outros ficaram e estão fazendo história, como Gustavo Gómez, Felipe Melo e Luiz Adriano.
Mas o elenco que pode vir a ser o mais vitorioso da “era Crefisa” é o que apostou em jogadores formados no próprio clube. No princípio do projeto, a base foi praticamente esquecida pelo time principal.
Em 2020, depois da saída do diretor de futebol, Alexandre Mattos e com a interrupção da política de gastos crescentes com contratações, o Palmeiras resolveu apostar nos garotos da equipe sub-20.
Um dos maiores passadores do time, Gabriel Menino (20), é jogador de seleção brasileira. Patrick de Paula (21) é presença frequente no time titular e responsável por anotar o gol de pênalti que deu ao Palmeiras o título de campeão paulista deste ano.
Ele disputa posição com Danilo (19), outra novidade da equipe que veio das categorias de base. Todos estavam brigando para virar profissional a pouco mais de um ano e hoje são essenciais para o tipo de jogo veloz e técnico que Abel Ferreira propõe.
Palmeiras 1 x 0 Santos
Ficha técnica
Palmeiras
Weverton; Marcos Rocha, Luan, Gustavo Gómez e Viña; Danilo, Zé Rafael (Patrick de Paula), Gabriel Menino (Breno Lopes), Raphael Veiga (Alan Empereur) e Rony (Felipe Melo); Luiz Adriano.
Técnico: Abel Ferreira
Santos
John Victor; Pará (Bruno Marques), Lucas Veríssimo, Luan Peres e Felipe Jonatan (Wellington); Alison, Sandry (Lucas Braga) e Diego Pituca; Marinho, Kaio Jorge (Madson) e Soteldo.
Técnico: Cuca
Gols: Breno Lopes, aos 98′
Árbitro: Patrício Lousteau (ARG)
Auxiliares: Ezequiel Brailovski e Diego Bonfa (ARG)
VAR: Mauro Vigliano