Menino de 9 anos sofre com síndrome rara após Covid-19 em SP;
O menino Arthur, de 9 anos, ficou 30 dias internado em um hospital de São Paulo por causa de sequelas da Covid-19. Ele foi diagnosticado com Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica, uma doença rara que tem relação com a contaminação pelo novo coronavírus.
No Brasil, segundo um levantamento feito pela CNN a partir de dados das secretarias estaduais de saúde de todo o país, já foram 574 casos da síndrome e 43 mortes causadas por ela até o dia 12 de fevereiro.
O problema começou quando os pais de Arthur foram infectados. Na época, o garoto não teve sintomas da doença, mas, duas semanas depois, começou a dar sinais que estava doente.
“O Arthur começou a sentir febre, dor de cabeça, e a gente levou ele no pronto-socorro. Fez exames normais de sangue, começaram a medicá-lo com dipirona e mandavam a gente embora. Ficou persistindo essa febre, dor de cabeça esse mal-estar nele. E foi aí que começaram as complicações”, contou a mãe do menino, a autônoma Ellen Sousa do Nascimento.
“Ele foi piorando, piorando, ele ficava com uma máscara de oxigênio e, se tirasse a máscara, a saturação dele ia lá embaixo, muita dificuldade para respirar”, completou o pai, Luís Felipe dos Santos. Arthur teve trombose, 10 paradas cardíacas e correu o risco de ter que amputar mãos e pés.
Com o tratamento, ele melhorou e já teve alta. O caso viralizou na internet e comoveu artistas e jogadores. O menino ganhou até uma camiseta autografada pelos jogadores do Corinthians.
Sintomas.
Normalmente, os sinais da doença começam a aparecer entre duas a três semanas depois que a criança teve o novo coronavírus, como dores na barriga, febre, vermelhidão na pele ou nos olhos (conjuntivite), náusea e mal-estar. A maior incidência de casos acontece em crianças a partir de 5 anos.
“É uma síndrome para os pais ficarem em alerta. A gente vê que os pais não tomam tanto cuidado com as crianças em relação à Covid-19”, disse o intensivista pediátrico José Colleti Júnior.
Segundo a pediatra e professora da USP Ana Escobar, a síndrome acomete menos de 1% das crianças e o tratamento é feito com medicação. O grande problema é o diagnóstico tardio – se não tratada, a inflamação pode ser fatal.