Uma força-tarefa entre as polícias civis e militares de Minas Gerais, Bahia e Espírito Santo e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) resultou na prisão de um homem, de 49 anos. Após representação da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) pela prisão preventiva do suspeito, responsável pela morte de uma enfermeira, de 35, em Santana do Paraíso, região do Rio Doce, o mandado foi cumprido em Guarapari (ES), na última sexta-feira (19/3), por policiais militares capixabas.
O corpo da vítima foi localizado nesse sábado (20/3), em Ipaba, também no Rio Doce. A enfermeira estava desaparecida desde o dia 15 deste mês, quando foi vista pela última vez ao sair do posto de saúde em que trabalhava, em Santana do Paraíso. Câmeras de segurança mostram que, na ocasião, ela foi abordada pelo preso, que aparentava estar armado. Inicialmente, havia suspeita de que a mulher teria sofrido um sequestro, mas as investigações apontam, até o momento, que ela foi vítima de latrocínio.
Investigações
O delegado em Santana do Paraíso, Alexandro Silveira Caetano, explica que, por meio de investigações e intercâmbio de informações com a PRF, o carro da vítima foi localizado em uma oficina em Teixeira de Freitas (BA), onde o proprietário do estabelecimento foi preso em flagrante por receptação qualificada. “O veículo estava com a placa traseira desparafusada e, no local, havia um par de placa pertencente a outro automotor, de mesmo modelo e mesma cor, sugerindo para a gente que esse carro estaria em vias de ter, pelo menos, um de seus sinais identificadores adulterado, que é a placa”, afirma.
Posteriormente, os trabalhos policiais prosseguiram para identificação do suspeito e consequente localização da vítima. Caetano detalha que, para isso, foram imprescindíveis as informações repassadas por uma empresa interestadual de ônibus, que faria o trajeto entre Teixeira de Freitas (BA) e Ipatinga (MG). “O suspeito era um indivíduo que já possuía passagem por tentativa de latrocínio, homicídio consumado e extensa ficha criminal, sobretudo referente a delitos violentos”, conta o delegado.
A partir de então, o indivíduo passou a ser investigado pelo crime contra a enfermeira, momento em que foi reconhecido, nas imagens, como o homem que abordou a mulher ao sair da unidade de saúde. Também foi identificado que ele se hospedou na cidade em que o carro foi localizado. Com isso, a PCMG representou pela prisão preventiva do suspeito. “Isso é importante porque possibilitaria a prisão dele em qualquer estado da federação que a gente o encontrasse”, justifica ao destacar que o Poder Judiciário deferiu o pedido em menos de duas horas.
Com o mandado de prisão em aberto, as Forças de Segurança continuaram os trabalhos para localizar e prender o suspeito, que foi encontrado pela Polícia Militar do Espírito Santo, em Guarapari.
Desdobramentos
Depois do suspeito preso, a PCMG esteve no estado capixaba para dar continuidade às investigações e encontrar a vítima. Alexandro informa que, em conversa com o investigado, esse indicou onde o corpo da mulher estava, local em que a vítima foi encontrada já sem vida. “A versão dele é que teria tido um caso, por três meses, com a vítima, não aceitou a separação e a raptou para conversar e tentar convencê-la a voltar com ele”, conta o delegado.
“Ele sequer soube informar o nome completo da vítima, não soube informar sobre idade nem sinais particulares dela, como tatuagem, já que ela possuía uma tatuagem visível. Ele não soube informar sobre amigos, contatos em comum, quem sabia, quem não sabia desse suposto relacionamento deles. Ele não tinha o telefone da vítima nem de qual operadora era”, completa Alexandro. O delegado explica que, por isso, há suspeita de que o suspeito não conhecia a enfermeira da forma que alega.
“Pode ser que ele a conhecia através de vigilância. Ele estabeleceu primeiro todo um planejamento, um crime que foi planejado anteriormente. Sabia toda a circunstância habitual da vítima”, completa ao dizer que a mulher foi abordada no instante em que saía do local de trabalho.
As investigações sobre o caso prosseguem para apurar se o crime foi feminicídio, como o suspeito alega, com pena de 12 a 30 anos de prisão, ou de latrocínio, que prevê pena mínima de 20 anos de prisão, bem como outros fatos sobre o caso.
Pela PCMG, o trabalho investigativo é realizado por meio da Delegacia de Polícia Civil em Santana do Paraíso, pertencente à Regional em Ipatinga, e conta com o apoio do Departamento de Operações Especiais (Deoesp).
Fonte: ASCOM PCMG