A Universidade do Sul da Califórnia, nos Estados Unidos, anunciou na quinta-feira (26) que fechou três acordos extrajudiciais que somam US$ 1,1 bilhão (R$ 6,3 bilhões) para pagar mais de 700 mulheres que acusam um ex-ginecologista da instituição de ter abusado delas como pacientes (elas também afirmam que a universidade tentou esconder a história).
O escritório de advocacia que representa as mulheres afirmou que esse é o acordo de maior valor pago por uma universidade ou instituição de ensino na história dos EUA.
O médico que trabalhava no campus chama-se George Tyndall. Ele esteve na universidade durante quase 30 anos, até ser suspenso em 2016. A instituição de ensino permitiu que ele se aposentasse e não o denunciou ao conselho de medicina.
Com esses três acordos, não há mais nenhum processo da vara cível aberto.
O valor que cada estudante vai receber vai variar entre centenas de milhares de dólares até milhões.
Tyndall alega ser inocente. Ele perdeu sua licença médica e foi acusado de abuso sexual por 21 pacientes que tinham procurado tratamento ou exames ginecológicos.
Ele está livre por ter pagado fiança. Ao depor, ficou em silêncio para não se autoincriminar.
O ex-médico faz parte do acordo com a universidade, mas ele não fez nenhuma contribuição financeira. Ele tem mais de 70 anos.
Os processos afirmam que a Universidade do Sul da Califórnia foi negligente e cúmplice
Houve uma onda de acusações feitas por estudantes em 2018, depois que as primeiras denúncias contra o médico foram tornadas públicas, naquele ano. O reitor da universidade teve que renunciar.
A universidade já tinha reconhecido que errou ao agir mais energicamente depois de ouvir reclamações de alunos entre os anos de 2000 e 2014, mas negou que tenha encoberto o caso.
Até mesmo o governo da China, em sua disputa diplomática com os EUA, chegou a citar “preocupações graves” com o relatório —há estudantes chineses na universidade.
Fonte: G1 Mundo