O Tribunal do Distrito de Jerusalém retomou nesta segunda-feira (5) as audiências dos processos contra o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyanu, por corrupção, fraude e abuso de poder.
Contando com a presença do premiê, a sessão começou com a acusação da procuradora, Liat Ben Ari, de que o chefe de Governo fez “uso ilegítimo do grande poder que tem”. Ari afirmou que Netanyahu quis “obter benefícios injustificados por parte de proprietários de grupos de comunicação” de Israel com foco em seus projetos pessoais.
A procuradora ainda lembrou que essa é a primeira vez na história que um primeiro-ministro no cargo é alvo de um processo judicial.
O ex-CEO do site jornalístico “Walla” Ilan Yeshua confirmou que havia uma “recomendação” para minimizar as matérias contra Netanyahu e sua esposa, Sarah, e para aumentar os textos positivos a favor do casal e de seu filho Yair.
Yeshua ainda contou aos juízes que havia um pedido para que fossem feitas matérias negativas de um dos maiores rivais políticos do premiê – no cargo há 15 anos -, Naftali Bennett.
O primeiro-ministro está acompanhando a audiência que investiga se ele usou o cargo para obter vantagens. As audiências de hoje referem-se ao “Caso 4000”, que analisa se houve a “compra” de mídia favorável. Ele ainda é acusado de receber presentes de luxo no valor de cerca de US$ 200 mil em troca de favores financeiros.
Na audiência inicial, no início de fevereiro, Netanyahu se declarou “inocente” das três acusações formais.
A sessão desta segunda-feira começou poucos minutos antes do presidente do país, Reuven Rivlin, dar início à quarta consulta para formação de governo em dois anos. O partido do atual premiê, o Likud, conquistou 30 das 120 cadeiras disponíveis no Knesset – o Parlamento israelense.
Porém, mesmo com as coalizões da ultradireita e direita, a sigla não conseguiu ainda fechar os 61 assentos para ter uma maioria no governo. Os líderes do Likud tentam, ainda sem sucesso, conquistar cerca de 20 deputados para formar uma nova base, já que tradicionais aliados deixaram o poder depois de sucessivas crises.
Pela lei israelense, esse processo deve durar cerca de um mês prorrogáveis por mais 14 dias. Caso não haja consenso, Rivlin pode indicar outra pessoa a tentar formar um governo ou convocar novas eleições – a quinta disputa em dois anos.
Fonte: Terra