A Regional de Saúde de Itabira, através do Núcleo de Vigilância Epidemiológica, realizou na última semana (15/04) uma reunião sobre a organização da Campanha de Vacinação Antirrábica de 2021, com o objetivo de orientar os municípios sobre o planejamento da campanha que se inicia no segundo semestre deste ano. A reunião realizada por videoconferência foi direcionada às referências técnicas municipais de Epidemiologia e Zoonoses dos 24 municípios das microrregiões de saúde de Itabira, João Monlevade e Guanhães.
A vídeo foi conduzida pelo coordenador de Vigilância Epidemiológica da Regional de Saúde de Itabira, Marcelo Barbosa Motta, que apresentou a campanha de vacinação antirrábica animal 2021, o cenário epidemiológico de controle da raiva nos últimos anos e esclarecimento de dúvidas e programação municipal para realização da campanha.
“O objetivo da campanha é vacinar o maior número de cães e gatos num menor espaço de tempo, neste caso 45 dias, e assim para impedir que o vírus rábico alcance a população, interrompendo assim o ciclo urbano de transmissão da doença”, destaca Marcelo.
Campanha Antirrábica 2021
Assim como foi em 2020, em virtude da pandemia da Covid-19, os vacinadores devem utilizar equipamentos de proteção individuais específicos e organizar as filas evitando a aglomeração de pessoas que irão levar seus animais para vacinar no dia da campanha.
De acordo com o coordenador Marcelo Motta, a vacinação em Minas Gerais deverá ocorrer entre 1º de setembro a 31 de outubro de 2021, com um dia D no dia 2 de outubro nas áreas urbanas.
“Durante o alinhamento abordamos o ciclo de contaminação da doença do animal para o homem e vice-versa; o impacto da doença na saúde pública devido à letalidade de aproximadamente 100% e alto custo social e econômico no tratamento. Apresentamos as medidas de prevenção, como a vacinação humana e animal, a disponibilização de soro antirrábico humano, a realização de bloqueios de foco, entre outras” detalhou o coordenador.
O coordenador de Vigilância Epidemiológica afirmou que a GRS de Itabira, através de seu corpo técnico, está à disposição de todos os municípios para auxiliá-los neste processo de trabalho. E que estes municípios têm liberdade de organizar sua campanha de vacinação contra a raiva animal de acordo com cada realidade local, observada a segurança da população e a prevenção contra a Covid-19, evitando a aglomeração de pessoas (distanciamento social) e mantendo as medidas de higiene.
Raiva humana
A taxa de letalidade da raiva humana (número de óbitos) é de cerca de 100% devido à gravidade da doença. Raramente alguém que tenha contraído a doença sobrevive, e se esta situação acontece a pessoa terá sequelas neurológicas muito graves e irreversíveis. É uma doença infecciosa viral aguda, que acomete mamíferos, inclusive o homem, e se caracteriza como uma encefalite progressiva e aguda causada pelo vírus do gênero Lyssavírus.
É transmitida ao homem pela saliva de animais infectados por meio de lambedura, mordedura ou arranhadura desses animais, e ainda, por inalação acidental em laboratório e contato direto com secreções. Após o período de incubação do vírus, variável entre as espécies, desde dias até anos, com uma média de 45 dias no homem, mais curto em crianças, a doença pode ter como sintomas: mal-estar geral, febre, anorexia, cefaléia, náuseas, dor de garganta, irritabilidade, inquietude, sensação de angústia, além de delírios e espasmos musculares e/ou convulsões, paralisias cardiorrespiratórias e fotofobias, insuficiência renal entre outras complicações graves da doença.
O diagnóstico da raiva se faz por confirmação laboratorial, além de sinais e sintomas característicos da raiva apresentados. Os animais que mais transmitem a doença são por ordem de incidência: cães, gatos, morcegos hematófagos, primatas, raposas, saguis, gatos selvagens e herbívoros. A doença é imunoprevenível, de alto custo social e econômico e extremamente letal.
Tratamento
A confirmação laboratorial em vida, ou seja, o diagnóstico dos casos de raiva humana pode ser realizado pelo método de imunofluorescência direta, em impressão de córnea, raspado de mucosa lingual ou por biópsia de pele da região cervical.
A sensibilidade dessas provas é limitada e, quando negativas, não se pode excluir a possibilidade de infecção. A realização da autópsia é de extrema importância para a confirmação diagnóstica.
Quando a profilaxia antirrábica não ocorre e a doença se instala, pode-se utilizar um protocolo de tratamento da raiva humana, baseado na indução de coma profundo, uso de antivirais e outros medicamentos específicos. Entretanto, é importante salientar que nem todos os pacientes de raiva, mesmo submetidos ao protocolo, sobrevivem.