Uma nave espacial Crew Dragon da SpaceX –transportando quatro astronautas de três países– atracou na Estação Espacial Internacional (ISS) na manhã de sábado (24), iniciando a permanência de seis meses da tripulação no espaço.
Esta missão, apelidada de Crew-2, marca o terceiro voo tripulado da companhia de Elon Musk e o primeiro a fazer uso de um foguete propulsor e nave espacial previamente pilotados e de propriedade privada.
Os astronautas decolaram do Centro Espacial Kennedy, na Flórida, na sexta-feira de manhã (23) e passaram quase 24 horas subindo em órbita a mais de 17 mil milhas por hora, enquanto sua nave Crew Dragon manobrava em direção à ISS, que orbita cerca de 250 milhas acima da Terra.
Na manhã de sábado, a cápsula se alinhou lentamente e se moveu para atracar diretamente com um dos portos da estação espacial.
A tripulação conta com os astronautas da NASA Shane Kimbrough e Megan McArthur, Thomas Pesquet, da Agência Espacial Europeia, e Akihiko Hoshide, da agência espacial japonesa JAXA.
O foco principal da missão dos astronautas será a pesquisa com “chips de tecido” ou “pequenos modelos de órgãos humanos contendo vários tipos de células que se comportam da mesma forma que no corpo” e que a NASA espera que avancem no desenvolvimento de drogas e vacinas, segundo a agência espacial.
Esse trabalho terá como base anos de estudo de fenômenos biológicos e outros fenômenos científicos a bordo da ISS, onde o ambiente de microgravidade pode dar aos cientistas um melhor entendimento fundamental de como algo funciona.
Kimbrough, McArthur, Pesquet e Hoshide se juntaram a sete astronautas que já estavam a bordo da estação, quatro dos quais chegaram em uma cápsula diferente do SpaceX Crew Dragon em novembro. Isso eleva o total atual de pessoal da estação espacial para 11 – uma das maiores tripulações que a ISS já hospedou.
Mas esse número cairá rapidamente para sete quando quatro dos astronautas que estão a bordo pegarem uma carona da estação para casa em 28 de abril.
A NASA passou mais de uma década trabalhando para aumentar o pessoal a bordo da estação espacial de 21 anos depois que a aposentadoria de seu programa do ônibus espacial em 2011 deixou a espaçonave russa Soyuz como a única opção para levar astronautas de e para a ISS.
Os Estados Unidos vinham pagando à Rússia até US$ 90 milhões por assento nessas viagens. Durante anos, a SpaceX trabalhou sob um contrato de preço fixo de US$ 2,6 bilhões para desenvolver sua espaçonave Crew Dragon sob o programa Commercial Crew da NASA, que pela primeira vez na história da agência espacial entregou a tarefa de construir e testar uma nave espacial digna de uma tripulação para o setor privado.
(A Boeing (BA) está trabalhando com um contrato semelhante para desenvolver sua própria cápsula para o programa. Essa cápsula, chamada Starliner, ainda está em fase de testes.)
A missão é um marco nos esforços da SpaceX para promover a reutilização do equipamento de viagens espaciais, a fim de reduzir os custos do voos. Tanto a cápsula Crew Dragon, chamada “Endeavour”, quanto o foguete Falcon 9 que o colocou em órbita, já voaram no espaço antes.
Embora a empresa tenha reutilizado boosters e espaçonaves dezenas de vezes em satélites e lançamentos de carga nos últimos anos, isso marca a primeira vez que a companhia reutiliza seu equipamento para uma missão tripulada.
Fonte: CNN BRASIL