Com o objetivo de ter uma visão ampliada dos impactos da pandemia na cidade, a Prefeitura de Itabira, a partir da consultoria do Hospital Israelita Albert Einstein, mapeou os bairros do município que possuem os maiores índices de contaminação do coronavírus. A ação inédita compilou os dados a partir do monitoramento das informações coletadas semanalmente nas unidades do Programa Saúde da Família (PSF). A amostragem é computada desde o dia 21 de março.
A classificação da criticidade do bairro foi calculada a partir da chamada “taxa de ataque”, número que mostra a porcentagem de casos positivo para a Covid-19, em relação a população do bairro. Ou seja, quanto representa a quantidade de pessoas que foram diagnosticadas com coronavírus do total de pessoas que moram no bairro avaliado. A fórmula utilizada para fazer o cálculo é essa:
É importante esclarecer que a taxa de ataque não é igual a taxa de transmissão, conhecida como “Rt”, usualmente empregada para classificar os municípios em relação ao avanço da pandemia. Diferente da taxa de ataque, o Rt determina a velocidade do contágio do coronavírus. Ou seja, uma estimativa de como a doença se espalha entre a população. Cabe destacar que a taxa de ataque possibilita o cálculo em nível de cada bairro, estratificando o problema, enquanto o Rt é calculado em nível municipal. Ao todo, de acordo com a consultoria do Hospital Israelita Albert Einstein, foram avaliados 88 bairros de Itabira.
Análise dos bairros
Os bairros que apresentaram maiores índices de pessoas diagnosticadas com a Covid-19 foram o Centro, São Pedro, Nova Vista, Gabiroba, Clóvis Alvim, Machado, Campestre, Alto da Boa Vista, Major Lage de Baixo e Vila Bethânia. Eles aparecem no mapeamento na cor vermelha.
Além disso, a equipe de especialistas também monitora o aumento e a queda da taxa de ataque para acompanhar a evolução da doença no bairro. De acordo com a secretária de Saúde, Luciana Sampaio, os bairros que apresentam a taxa de ataque acima da taxa de transmissão (Rt) do município são classificados como vermelho, ou seja, estado preocupante. Amarelo são aquelas localidades que estão em alerta e verde aquelas que estão em queda.
Luciana afirma que esse monitoramento é muito importante para a gestão pública da saúde por orientar ações incisivas nas unidades do PSF, nos bairros e regiões que estão em cenário crítico. “Assim conseguimos orientar atividades como a de comunicação com a comunidade, fiscalização para evitar aglomerações, as ações de saúde para manter o distanciamento social. Além de reforçar o uso do álcool em gel, máscara e optar por ambientes arejados. Em caso de pandemia, nós buscamos tratar o alvo com ações de prevenção e controle”, disse a secretária. Veja alguns exemplos apresentados por alguns bairros:
Consultoria
Desde março, especialistas do Hospital Israelita Albert Einstein estão em Itabira para reforçar o combate à pandemia de Covid-19. A equipe do hospital paulista é mantida no município pela Vale, por meio de uma parceria com a Prefeitura. Eles prestam consultoria à Secretaria Municipal de Saúde no desenvolvimento do plano estratégico de enfrentamento ao coronavírus.
O prefeito Marco Antônio Lage enfatiza que a consultoria tem trazido ganhos consideráveis para Itabira. O chefe do Executivo exalta o pioneirismo da medição da pandemia por bairros e pontua que esse mapeamento permitirá medidas mais assertivas. “Isso é ouro, pois nos permite atacar o problema onde ele é mais evidente. A partir deste mapeamento teremos condições de traçar estratégias e executar as ações com maior possibilidade de acerto. É um demonstrativo da gestão inovadora que desejamos para Itabira, baseada em novas estratégias e parcerias de resultado”, comentou o prefeito.