A realidade é comprovada em números. Segundo dados do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), desde o início da pandemia, em março do ano passado, foram registradas 776 mortes entre enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem, ocasionadas pelo novo coronavírus. O Dia do Enfermeiro é uma data comemorativa, mas no contexto atual, virou também um momento de reflexão.
No HNSD, a esperança de dias melhores e a luta diária de quem se alistou no combate é permanente. Enfermeira há 12 anos, sendo cinco deles no Nossa Senhora das Dores, Adriana Geralda Vieira precisa vestir todos os dias a máscara PFF2, touca, óculos de proteção, protetor facial e luvas de procedimentos.
Os plantões, de 12 horas com todo o paramento necessário para manter a sua saúde e dos pacientes, é a primeira demonstração de cuidado. Protegidos pela “armadura”, ela lembra onde está coração e a mente: “psicologicamente e fisicamente, a demanda aumentou demais, cuidamos de pacientes graves sendo que alguns saem curados, mas outros, não reagindo ao tratamento, acabam evoluindo a óbito”.
A enfermeira está atuando no combate ao coronavírus desde o ano passado. Felizmente, ela não se contaminou, mas presenciou o sofrimento de muitos pacientes e de familiares que viram seus entes queridos serem vencidos pelo vírus. Este, inclusive, foi considerado pela enfermeira o maior desafio de quem lida de perto com a doença.
“O momento mais difícil para mim é ligar para um familiar para comparecer no hospital e acompanhar o médico para dar a notícia do óbito. Dói muito saber que a mãe, esposa, filhos não vão levar o ente querido para casa e também não puderam se despedir dele”, lamenta Adriana Vieira.
Ao ser questionada se pensou em desistir, a enfermeira foi direta: “jamais!”. O cuidado com a vida e a responsabilidade profissional falaram mais alto. “Sempre tive um propósito na minha vida profissional que é salvar vidas, amo o que faço, profissão que Deus me deu oportunidade de ser humana, aprender a empatia e a missão de cuidar”, afirmou.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu 2020 como o Ano Internacional dos Profissionais de Enfermagem. Além do dia 12 de maio, o dia 20 é considerado o do técnico de enfermagem. A esses profissionais ela deixou sua mensagem de consideração.
“É motivo de muito orgulho a existência da enfermagem. Parabenizo a todos os colegas de profissão, em especial a equipe da UTI por nosso dia, temos a vocação de cuidar e salvar vidas. Que lutemos sempre pela melhoria da nossa categoria. Que Deus nos abençoe sempre!”, disse Adriana Vieira.
Dedicação ao próximo
A pandemia de Covid-19 não trouxe mudanças apenas em nossas rotinas e nos cuidados com a saúde. Ela também promoveu um cenário de grandes desafios para os profissionais de saúde, sobretudo para aqueles que trabalham com enfermagem, atuando na linha de frente no combate ao coronavírus.
“Além de profissionais de saúde, são mães, pais, filhos, irmãos… que apesar de todo medo e insegurança, pois também são humanos, deixam seus lares e familiares diariamente para cuidar do outro com grande dedicação e comprometimento, com é demonstrado por cada profissional que atua em nossa instituição”, ressaltou Thais Aparecida Ribeiro Alves, Gerente de Enfermagem do HNSD.
Para ela, este 12 de maio — Dia Internacional da Enfermagem — deve ser um momento para demonstrar toda a dedicação desses profissionais que vêm enfrentando jornadas exaustivas para vencer essa batalha contra o vírus.
“Quero levar a cada um deles o meu fraterno abraço de agradecimento e consideração por todo apoio nesse período de turbulência que temos vivido e superando juntos a cada dia os obstáculos”, desejou Thais Alves.