A Fundação Cultural Carlos Drummond de Andrade foi selecionada para participar de um projeto realizado pelo Instituto Inhotim, com objetivo de realizar uma avaliação do valor cultural de nossa rica região. Além disso, explorar a resiliência das comunidades locais com foco no potencial criativo de artistas e de suas práticas tradicionais.
Raízes de Resiliência é um projeto-piloto que irá trabalhar de forma colaborativa com comunidades locais e em parceria com o Instituto Inhotim, que tem o maior acervo de arte contemporânea da América Latina. Outro objetivo importante do projeto é destacar o papel da herança cultural na educação e influenciar mudanças de políticas públicas.
Para Cecília Xavier, responsável pelo Departamento de Produção e Promoção Artística da FCCDA, essa é uma oportunidade de trazer mais alternativas econômicas através da cultura para Itabira. “Itabira é o berço da mineração, mas há anos lidamos com a angústia da exaustão mineral. Não é de hoje que a cidade corre contra o tempo para encontrar alternativas econômicas e culturais que diminuam o impacto do fim da exploração do minério de ferro. Nossa missão é mostrar que podemos trazer mais alternativas econômicas, através também da cultura, valorizando nossos patrimônios e nossos artistas. Para isso, devemos passar por algumas transformações e mudanças de mentalidades” finaliza Xavier.
Cinco organizações da região, entre elas a FCCDA, foram selecionadas para trabalhar de forma colaborativa com os pesquisadores da People’s Palace Projects (Queen Mary University of London), incluindo artistas de comunidades quilombolas. Eles vão participar de oficinas de arte e sessões de treinamento que irão ajuda-los a fazer um levantamento de suas práticas artísticas e a entender melhor a importância de seus trabalhos.
Para Gabriela Santos, do Núcleo de Acervo e pesquisa da FCCDA, Itabira terá a possibilidade de ampliar seus conhecimentos e trabalhar de forma assertiva nas questões que envolvem os patrimônios e as comunidades que neles estão inseridas. “Nesse processo, a FCCDA entra como receptora das formações e oficinas colaborativas, para que possa trabalhar com maior envolvimento nas questões patrimoniais. Também terá a oportunidade de dividir suas experiências com instituições culturais de referência de outras regiões do quadrilátero ferrífero, fazendo assim um intercâmbio de conhecimento e prática” pontua Santos.
Ao final, será montada uma exposição sobre o valor cultural dessas comunidades com o trabalho dos próprios artistas locais.