“Aconteceu uma desavença, fiquei meio estressado, meio incomodado e cometi esse ato”. É com esta frase que Rogério dos Passos Morais, de 23 anos, justifica a motivação para enterrar a mãe, de 57 anos, viva no quintal da casa da família, em Igarapé, na Grande BH. Ronalda dos Passos Carvalho estava desaparecida há dois meses e teve o corpo encontrado nessa quinta-feira (20).
Preso após uma investigação particular contratada pela família, Rogério falou com exclusividade com a reportagem Itatiaia. Ouça aqui com Amanda Antunes!
“Aconteceu uma desavença e fiquei meio estressado, meio incomodado e cometi esse ato. Ela brigou comigo sem motivo. Começou me xingando, me dando tapa, falando que eu estava mexendo com macumba”, disse Rogério, que assume ser usuário de droga, mas diz que estava sóbrio no dia do crime.
Rogério não soube explicar os motivos de ter aberto a ‘cova’ antes da suposta briga, mas confirmou à Itatiaia ter empurrado a mãe no buraco viva e, em seguida, jogou a terra. “Não bati”, relata o homem, que diz ter se arrependido.
Investigação particular
A decisão de contratar investigadores particulares foi tomada por Lucimar dos Passos de Carvalho, filha da vítima. Ele contou que dona Ronalda tinha o costume de sair e ficar fora de casa por até três dias. “Minha mãe tem histórico de ficar saindo para beber. Às vezes, ficava perambulando por dois, três dias pela rua, mas sempre retornava para casa”. O período prolongado do novo desaparecimento ligou o sinal de alerta na filha.
“Tomei a iniciativa de fazer um boletim de ocorrência, mas não tinha pista, não tinha nada. Foi quando decidi pagar uma investigação particular. Foi na quarta-feira (dia 13) passada que paguei essa investigação e hoje (quinta-feira – 20) eles conseguiram elucidar o caso. Conseguiram arrancar a confissão do meu irmão Rogério. Já tinha certa suspeita de que podia ter sido isso, mas a esperança no meu coração pedia para não ser”, disse.
De acordo com ela, o irmão sofre de esquizofrenia e já tinha histórico de violência contra a mãe.
Ainda respirava
Após a denúncia e a localização do corpo, o suspeito foi preso e encaminhado para à Delegacia de Polícia Civil de Igarapé. O delegado Edmar Henrique Cardoso, que investiga o caso, explicou que o acionamento inicial se tratava de desaparecimento.
“A ocorrência foi feita em BH e, em seguida, foi transferida para nós (em Igarapé). A ocorrência não tinha qualquer indício, vestígio ou pista de que houvesse qualquer crime por trás desse desaparecimento. A família se movimentou e contratou um pessoal para fazer uma investigação paralela. Eles chegaram a essa hipótese de que um dos filhos poderia ser o responsável pelo desaparecimento. Dessa forma, eles procuraram a gente e pediram reforço para verificar a situação”, explicou.
O delegado informou ainda que o filho confessou o crime. “Ele chegou a dizer que teve um problema com a mãe e teve que dar uma solução. Nós fomos atrás desse filho e ele acabou falando. Ele contou que havia se desentendido com a sua mãe e a matou, enterrando embaixo do pé de abacate no quintal da casa. Ele complementou dizendo que acha que quando jogou a mãe no buraco, ela ainda estava respirando”, lembra o delegado.
Fonte: Itatiaia