O Metabase Itabira realizou quatro assembleias em três dias de votação com os funcionários da empresa Vale que trabalham em horários de revezamento de seis horas e estavam na fase de teste do turno de doze horas. As assembleias serviram mais uma vez para esclarecer as condições propostas pela empresa, para que o horário de trabalho fosse novamente avaliado, já que durante três meses eles “experimentaram” a “escala-teste”.
Os 962 trabalhadores que votaram, aprovaram o horário com 855 (84,97%) votos e 104 (14,64%) rejeitaram. Três trabalhadores ainda votaram em branco e nulo. André Viana, presidente do Sindicato, comentou o resultado: “A empresa tem forçado está pauta desde julho de 2020 em três regiões: Itabira, Congonhas e Maranhão. Como atrativo, ela ofereceu um adicional de acréscimo de jornada de 20% sobre o salário que tem reflexos na PLR 13º, férias e FGTS, pois serão incorporados ao salário se a proposta permanecer.
Ofereceu também o reajuste no adicional noturno, saindo dos atuais 45% para 65%.” André destacou que desde o ano passado, o Sindicato fez ampla conscientização com a categoria, mostrando os pontos negativos e os riscos existentes na proposta: “Com as devidas discordâncias sobre o tema, acreditamos que até aqui cumprimos fielmente a missão de trazer uma reflexão aos trabalhadores. Cabe à categoria fazer sua escolha, com responsabilidade individual e coletiva. Fizemos um planejamento de conscientização, inclusive permitindo-os experimentar o horário durante três meses, para que pudessem verificar as questões de segurança do trabalho, financeira, saúde, convívio social, familiar e outros”.
André Viana ressaltou a importância do voto secreto: “A decisão pelo voto secreto reforça a proteção do trabalhador, pois damos a oportunidade dele não sofrer assédio e perseguição da chefia, fazendo-o votar com a vontade da empresa. Os trabalhadores escolheram este turno e coube a eles esta decisão”.
O diretor Flávio Carmo, avalia que a folga de dois dias, intercalados em dois trabalhados, também colaborou com a escolha: “Além dos 65% de adicional noturno, mais os 20% incorporados ao salário, a folga foi, sim, um ponto de decisão. O trabalhador reconhece que o horário “pesa”, mas a folga em seguida alivia um pouco”, disse o tesoureiro.
Sobre o horário:
O turno de 11 horas escolhido pelos trabalhadores é fixo, num regime conhecido como 2×2, ou seja, 2 dias trabalhados seguidos por 2 dias de folga. Se o empregado estiver no horário diurno, trabalhará das 5:45h às 18h. Se o empregado estiver no horário noturno, trabalhará das 17:45h às 6h. Em cada horário o empregado terá 1:15 hs de intervalo de alimentação e descanso, sendo 1h para almoço ou jantar e + 15 minutos de intervalo de lanche. Além do almoço ou jantar fornecido na empresa, empregados deste turno receberão também o cartão lanche.
PLR e Vacina
André adianta que continuará com a fiscalização sobre a PLR dos 4.500 funcionários da Vale: “É de extrema importância, pois são valores que movimentam a economia da nossa região com milhões de reais.
A Vale está passando por “bons ventos” e os trabalhadores precisam da sua parcela nesta lucratividade que a empresa está tendo. Também segue a luta para aquisição da vacina contra o Covid pelas empresas”.