O Cruzeiro tentou substituir o bloqueio de R$ 521.124,14 de créditos junto à CBF pela penhora da sede administrativa do clube, avaliada em R$ 48,5 milhões, na ação movida pelo ex-diretor da base cruzeirense, Amarildo Ribeiro. Mas não teve sucesso. Por isso, nesta segunda, a Justiça do Trabalho renovou o bloqueio do valor e determinou que o mesmo seja cumprido em até 10 dias.
Segundo despacho, o “credor” (Amarildo Ribeiro) apresentou discordância quanto ao bem oferecido. Além disso, a Justiça considerou que os bens indicados pelo Cruzeiro são de “difícil alienação”. No despacho, ainda foi citado que há restrições quando à penhora da sede e que o Cruzeiro não demonstrou “que a medida efetivamente importaria em comprometimento de sua atividade”.
No documento apresentado pelo Cruzeiro, em 17 de maio, o clube pedia a substituição do bloqueio pela penhora para conseguir utilizar o valor para pagamento de salário:
“Cruzeiro requer a substituição da eventual penhora dos créditos porventura existentes na CBF, mormente para que possa deles se valer, acaso faça jus, para o pagamento dos salários de seus funcionários”.
Desde o ano passado, o ex-diretor da base celeste, Amarildo Ribeiro, vem tentando garantir bloqueios e recursos que diz ter direito na discussão na Justiça do Trabalho. No começo do ano, buscou a Justiça para pleitear que R$ 521.124,14 dos pouco mais de R$ 5 milhões da venda do volante Jadsom Silva, ao Bragantino.
Antes, tentou o bloqueio de valores no recebimento da venda de Renato Kayzer ao Athletico-PR, em setembro passado. Na ocasião, o pedido era para que parte do valor da venda fosse bloqueado.
A discussão na Justiça
Contratado por Itair Machado, ex-vice-presidente de futebol do Cruzeiro, Amarildo Ribeiro ingressou com ação trabalhista contra o clube no início de junho, cobrando R$ 577.179,25. A ação corre na 17ª Vara do Trabalho em Belo Horizonte e já está na discussão de segunda instância.
Em agosto do ano passado, a Justiça considerou procedente a maior parte dos pedidos de Amarildo, condenando o Cruzeiro ao pagamento de um valor provisório de R$ 400 mil, reajustado com juros e correção monetária, ultrapassando os R$ 500 mil. A discussão continua em segunda instância.
Amarildo Ribeiro foi contratado pelo Cruzeiro em junho de 2018, indicado por Itair Machado. Eles trabalharam juntos no Ipatinga. Em outubro do ano passado, já em meio a uma crise, o Cruzeiro passou por uma reformulação, tendo o ex-presidente Zezé Perrella como gestor de futebol. Amarildo Ribeiro foi mantido no cargo por Perrella, que elogiou o trabalho na base. Entretanto, em janeiro, ele foi demitido, quando o clube estava sendo administrado pelo Conselho Gestor.
Fonte: Globo Esporte