O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), com apoio das polícias Militar e Civil, deflagrou na manhã desta quinta-feira (15) uma operação contra a corrupção no Detran de Uberlândia, no Triângulo Mineiro. Batizada de “Café Amargo”, a ação teve como alvo agentes públicos e despachantes.
Conforme o MPMG, os principais crimes investigados são os de corrupção passiva e ativa, associação criminosa, peculato eletrônico, falsificação de documento público, prevaricação e falsidade ideológica.
As investigações, realizadas ao longo de um ano, apontam um esquema estruturado de corrupção no Detran, envolvendo policiais civis e despachantes na execução de serviços públicos, como vistorias veiculares, emissão de documentos públicos, pontuação de CNHs, entre outros.
O esquema contava também com a participação de funcionários de cartórios de notas da cidade de Uberlândia, que facilitavam e agilizavam reconhecimentos de firmas sem a adoção dos procedimentos legais que regem a atividade, como a presença das pessoas ao ato.
O valor da propina paga aos agentes públicos variava conforme o serviço, indo desde a aprovação de veículos irregulares em vistorias, passando por consultas em sistemas policiais internos e restritos, até a retirada de restrições de veículos com impedimentos.
A Justiça expediu 11 mandados de prisões temporárias e 24 mandados de busca e apreensão; dois deles para endereços na cidade de Catalão, em Goiás. A operação contou com a participação de quatro promotores de Justiça mineiros; sete servidores do MPMG; 75 PMs de Minas; oito PMs de Goiás e 35 policiais da Corregedoria da Policia Civil de Minas Gerais.
Os promotores começarão a ouvir os envolvidos na próxima semana. As investigações correm em segredo de Justiça. A operação foi denominada “Café Amargo” em referência ao termo “cafezinho”, comumente utilizado para se referir a propina cobrada e paga a agentes públicos, mediante intermediação de despachantes. As investigações apontaram outros termos usados rotineiramente para se referir à propina, como “taxa de aceleração” e “taxa de urgência”.
Fonte: Itatiaia