O Cruzeiro teve o pedido de liminar deferido no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) e vai começar a cumprir a pena de cinco mandos de portões fechados já nesta sexta-feira, contra o Londrina, pela 15ª rodada da Série B. A punição é em decorrência dos incidentes no Mineirão provocados pelos cruzeirenses em três jogos do Brasileirão de 2019, quando o clube acabou rebaixado.
Além da partida contra o Londrina, a Raposa pagará a punição nos duelos diante de Vitória, Sampaio Corrêa, Confiança e Ponte Preta.
O clube celeste voltaria a ter torcida, dependendo do aval da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), a partir do jogo contra o Operário-PR, que ainda não tem data definida, mas que deve ocorrer em meados de setembro, pela 24ª rodada da Série B.
Na decisão favorável à Raposa, o STJD procurou argumentar que embasou o veredito com base no protocolo do retorno gradual de torcida aos estádios de Belo Horizonte, elaborado pela Prefeitura.
‘Não cabe em princípio à Entidade de Administração do Desporto se imiscuir e negar vigência à execução do conjunto de medidas adotadas para a retomada gradual das atividades – inclusive com reflexos na economia – do Estado, por lhe faltar, além de competência, o adequado respaldo técnico e a legitimidade atribuída aos governantes democraticamente eleitos’, diz trecho da decisão, proferida pelo presidente do STJD, Otávio Noronha.
Em outro trecho da decisão, o órgão justificou que o pedido da Raposa foi deferido com base em outros campeonatos em que o Brasil recebeu público em meio à pandemia de covid-19. O STJD citou a final da Copa América, no Maracanã, e o jogo entre Flamengo e Defensa y Justicia, da Argentina, pela Copa Libertadores, realizado no Mané Garrincha, em Brasília.
“Lado outro, é fato notório, que hoje no Brasil, já vêm ocorrendo diversas competições de Futebol – como Copa América e Taça Libertadores da América – onde, contando com a autorização das autoridades sanitárias locais, houve a presença de público, em nada se justificando a negativa de vigência pela CBF das orientações das autoridades competentes, em detrimento do interesse da Agremiação requerente”, completou Noronha.
A CBF ainda não se posicionou sobre a volta do público aos estádios nas competições organizadas por ela (Campeonato Brasileiro e Copa do Brasil). A ideia da entidade é liberar o retorno da torcida no Brasileirão somente quando todos os outros times também puderem ter o mesmo benefício para se criar uma isonomia.
Por enquanto, em Belo Horizonte, apenas o Atlético poderá jogar com 30% dos torcedores no estádio, já que a Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) autorizou a volta do público em suas competições (Libertadores e Copa Sul-Americana), desde que os governos locais também liberem. Assim, a primeira partida a receber pessoas no Mineirão deve ser Galo x River Plate, no dia 18 de agosto, pelo duelo de volta das quartas de final da Libertadores.
Incidentes de 2019
A punição do Cruzeiro com cinco jogos de portões fechados foi decretada no ano passado após julgamentos no STJD e no Tribunal Pleno do órgão.
A Raposa foi condenada devido aos incidentes ocorridos em três jogos no Brasileirão de 2019, ano da queda para a Série B: no clássico contra o Atlético (32ª rodada), que terminou empatado sem gols, na derrota por 1 a 0 para o CSA (35ª rodada), em que Thiago Neves perdeu um pênalti, e no revés para o Palmeiras por 2 a 0 (última rodada), que culminou com o rebaixamento celeste.
Fonte: Itatiaia