Em reunião na noite desta terça-feira no Parque Esportivo do Barro Preto, em Belo Horizonte, o Conselho Deliberativo do Cruzeiro aprovou, por ampla maioria, a constituição do clube em Sociedade Anônima do Futebol (SAF). Foram 217 votos a favor, seis contra e um nulo. Devido à pandemia da covid-19, a votação ocorreu em formato híbrido (presencial e online)
Com o clube enfrentando uma grave crise financeira, a mudança para a SAF é vista por muitas pessoas dentro do Cruzeiro como a alternativa para salvar a instituição da falência.
Agora, a transformação do Cruzeiro em clube-empresa só depende do presidente da República Jair Bolsonaro (sem partido), que precisa sancionar o Projeto de Lei, aprovado na Câmara dos Deputados e no Senado. Em entrevista recente à Rádio Itatiaia, o chefe do Executivo afirmou que aprovaria a proposta dentro de poucos dias.
Mudanças
Com a aprovação do Conselho Deliberativo, o Cruzeiro será dividido em dois CNPJs: a associação esportiva e os eventuais investidores. A ‘Associação Cruzeiro’ será detentora de 100% do capital social da Sociedade Anônima e manterá os ativos intangíveis, como por exemplo, os direitos desportivos e propriedade intelectual, que estão sendo avaliados economicamente.
A Associação Cruzeiro permanecerá como acionista majoritária, com 51% do capital social. Atualmente, o clube detém 100%, mas poderá vender aos investidores até 49% da parte, “continuando como controlador da operação”.
Sendo SAF, grande parte das receitas do Cruzeiro, como direitos de transmissão, direitos econômicos de atletas, programa de sócio-torcedor, além de publicidade e patrocínio, ficará sob a gestão dos investidores. Será criado um conselho de administração, que irá nomear um CEO e uma diretoria à parte do clube.
Segundo a proposta, 20% da arrecadação da SAF serão destinados ao pagamento de dívidas do clube. A prioridade será quitar débitos mais onerosos, mas o dinheiro também poderá ser usado para investir no elenco e na infraestrutura das Tocas I e II.
Imóveis e signos do clube
Os bens imóveis do clube permanecerão na propriedade do Cruzeiro, assim como as instalações das Tocas I e II, que poderão ser alugadas, arrendadas, cedidas em comodato ou quaisquer outras relações comerciais da espécie, conforme descrito no edital.
Fonte: Itatiaia