Mais transmissível e com sete mutações, a variante Delta da COVID-19 já está presente em quase todas as regiões de Minas Gerais. Apenas as macrorregiões Leste e Oeste ainda não computam infecções pela cepa. Os dados atualizados nessa sexta-feira (3/9) pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) mostram que 236 amostras genotipadas identificaram a variante.
Na terça-feira (31/8), conforme mostrou a reportagem do Estado de Minas, havia 174 contaminações. Logo, em apenas três dias, mais 62 infecções pela variante do novo coronavírus foram confirmadas pelo governo mineiro.
Do total de casos, cinco evoluiriam a óbito. A nova vítima residia em Caratinga, no Vale do Rio Doce. Outras quatro mortes em decorrência da variante já haviam sido confirmadas pela pasta estadual. Elas moravam em Santa Luzia (Grande BH), Claro dos Poções (Norte de Minas), Rio Novo (Zona da Mata) e Uberaba (Triângulo).
Com a quarta maior população do estado, Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira, concentra o maior número de notificações. Logo, o município registra 38 ocorrências, sendo que três casos suspeitos foram descartados, já que, no boletim anterior, a cidade contabilizava 41 amostras. Na vice-liderança está Belo Horizonte, que subiu de 13 para 24 registros.
Na sequência aparecem Itabirito (Central) e Unaí (Alto Paranaíba), que não tiveram aumento de casos e, portanto, seguem com 12 diagnósticos cada.
Entre as macrorregiões de saúde de Minas Gerais, a liderança é da Sudeste com 103 diagnósticos. Depois aparecem Centro (64), Noroeste (17) e Norte (11).
O monitoramento das variantes em circulação no estado é feito pela SES-MG por meio da Subsecretaria de Vigilância em Saúde e da Fundação Ezequiel Dias (Funed), em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
A transmissão da Delta e a eficácia das vacinas
Conforme mostrou a reportagem do Estado de Minas na quarta-feira (1º de setembro), Guilherme Furtado, líder médico da Infectologia do HCor, em São Paulo, reforçou que a variante é motivo de preocupação pelo fato dela ter sete mutações.
“(…) uma delas, a mutação P681R, na proteína spike, leva a uma maior quantidade de vírus nas vias respiratórias, uma maior transmissibilidade e, com isso, uma chance de disseminação mais importante na população, principalmente na parcela não vacinada”, afirmou.
Durante um bate-papo com profissionais de saúde transmitido pelo Portal UOL no dia 23 de agosto, a pesquisadora da Fiocruz, Margareth Dalcomo, destacou que as vacinas têm uma ligeira redução de eficácia em relação à Delta.
Mesmo assim, o médico Guilherme Furtado ressaltou que os imunizantes que estão sendo utilizados no Brasil, aparentemente, possuem uma boa ação contra essa variante.
Por fim, o especialista diz ser fundamental que toda a população se vacine, independentemente da vacina disponível, e complete o ciclo vacinal com as duas doses.
Variante Mu chega em Minas
A governo de Minas, por meio da SES-MG, também confirmou nessa sexta-feira cinco casos da variante Mu, originária da Colômbia, no estado. Três pessoas foram infectadas pela nova cepa em Virginópolis e outras duas em Guanhães. As cidades ficam na região Leste do estado.
A Organização Mundial de Saúde afirma que a variante Mu pode ter mutações que apresentariam resistência às vacinas. No entanto, estudos estão sendo realizados para entender melhor os efeitos da cepa.
Fonte: Estados De Minas