A TÜV SÜD, empresa de consultoria alemã, responsável por atestar a estabilidade da Barragem do Córrego do Feijão, em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, vai participar de uma audiência na Justiça de Munique. A estrutura da Vale entrou em colapso no dia 25 de janeiro de 2019, provocando a morte de 270 pessoas.
De acordo com a Prefeitura de Brumadinho, o julgamento está marcado para esta terça-feira (28). A TÜV SÜD é acusada de negligência por atestar a segurança de uma barragem que se rompeu e de aplicar padrões de verificação que não atendem às exigências internacionais.
Cerca de 13 milhões de m³ de rejeitos inundaram a região, contaminando o Rio Paraopeba, interrompendo a captação de água e destruindo parte da economia.
A expectativa é que mais de mil pessoas possam reivindicar danos à empresa. A ação afirma ainda que as vítimas não tiveram acesso à justiça adequada no Brasil.
O g1 procurou a TÜV SÜD, mas, até a conclusão desta reportagem, não tinha se manifestado sobre o assunto.
Em mais de dois anos da tragédia, ninguém foi preso ou julgado no Brasil. Dezesseis pessoas, de engenheiros a dirigentes da Vale e da consultoria Tuv Sud, respondem por homicídio doloso duplamente qualificado. Todos eles e as duas empresas também respondem por crimes ambientais.
Para dar celeridade ao andamento processual peças do processo físico foram digitalizadas. A defesa alegou inconsistências da plataforma de acessos a documentos sigilosos.
Entre as ações de reparação ambiental e socioeconômica, a mineradora teve R$ 10 bilhões bloqueados. E há quase dois anos paga auxílio emergencial às vítimas, pelo menos até o fim deste mês.
Parte dos atingidos optou por negociações individuais com a empresa, para evitar a abertura de processo judicial e receber indenização em um prazo mais curto.
*Por G1