Lecilda de Oliveira é a 264ª vítima da tragédia da Vale em Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte, recém-identificada pelo Instituto Médico Legal (IML) André Roquette, segundo detalhou a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) em coletiva de imprensa à tarde de quarta-feira (6). Lecilda tinha 49 anos à época da tragédia, era analista de operação da Vale e deixou dois filhos. Com a identificação, o número de desaparecidos sob a lama do rompimento da barragem do Córrego do Feijão caiu de sete para seis.
O segmento corpóreo da funcionária da mineradora foi localizado em 1º de setembro pelo Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG) e levado para análises ao Instituto Médico-Legal Dr. André Roquette (IMLAR), na capital. A identificação foi possível graças a exames de DNA realizado pelo Instituto de Criminalística.
De acordo com o chefe do Laboratório de DNA do Instituto de Criminalística (IC), perito criminal Higgor Dornelas, a Polícia Civil trabalha ainda com cerca de 30 amostras a serem submetidas também ao exame. “Importante dizer que é um processo meticuloso, em que geralmente traçamos no mínimo dois perfis genéticos para que tenhamos confiabilidade no resultado final”, esclarece.
De acordo com o perito, mesmo após quase três anos do incidente, os reconhecimentos com base nas amostras biológicas que ainda chegam ao IMLAR são possíveis. “Certamente, essa análise depende do histórico de conservação de cada remanescente localizado. Mas o que posso dizer é que já conseguimos, em outros trabalhos, identificação segura por meio de DNA com restos mortais após mais de dez anos do óbito”, pontua.
A tragédia completa três anos no próximo 25 de janeiro – 270 pessoas morreram; 264 delas já foram identificadas pela Polícia Civil. A última vítima identificada pela PC teve sua identidade divulgada no dia 10 de novembro. Tratava-se do mecânico de empilhadeira Uberlândio Antônio da Silva, morto aos 55 anos na tragédia da Vale em Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte.
No dia 06 de outubro também foi identificado o corpo da técnica em enfermagem Angelita Cristiane Freitas de Assis, morta aos 37 anos na tragédia da Vale em Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte. Já em agosto foi identificada Juliana Creizimar de Resende Silva. A funcionária da Vale morreu aos 33 anos, e seu marido, Dennis Silva, também foi morto na tragédia – o casal era pai de gêmeos menores de um ano.
Após a confirmação da identidade da 264ª vítima do rompimento da barragem B1 da Vale, em Brumadinho, o Corpo de Bombeiros de Minas Gerais divulgou uma nota reafirmando que os trabalhos seguem até que todas as sete vítimas desaparecidas sejam encontradas.
“Graças ao trabalho integrado entre o Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais e a Polícia Civil de Minas Gerais, mais uma joia foi identificada nesta tarde (29). A PCMG concluiu a identificação de um segmento encontrado pelo CBMMG em setembro deste ano. Prestes a completar três anos, a maior operação de busca e salvamento da história permanece como símbolo da resignação e do compromisso do CBMMG com as famílias e com a população mineira” diz a nota.
Relembre a tragédia de Brumadinho:
O Rompimento da barragem da Mina Córrego do Feijão, da mineradora Vale, em Brumadinho, ocorreu no dia 25 de janeiro de 2019 matando 272 pessoas (seis das quais continuam desaparecidas) e espalhando rejeito de minério pela bacia do Rio Paraopeba.
Fonte: Rádio Itatiaia