O Boletim do Observatório Covid-19 da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), ainda sem acesso a bases de dados usadas para o acompanhamento de casos e óbitos por covid-19 no país, concentrou sua última análise na ocupação dos leitos de unidades de terapia intensiva (UTI) e destacou em edição publicada nessa sexta-feira (7/01) que é preciso atenção a esse indicador, diante do rápido avanço da variante Ômicron do novo coronavírus.
No boletim desta semana, a Fiocruz manteve apenas a avaliação das taxas de ocupação de leitos de UTI em cada estado e capital, indicando que houve um aumento relevante no número de internados, na comparação com 20 de dezembro do ano passado.
“Ainda é precoce, desta forma, afirmar que há uma nova pressão sobre os leitos de UTI, baseado apenas nos dados disponíveis e apresentados aqui. Entretanto, cabe manter a atenção sobre a evolução do indicador”, alerta o boletim.
Estados
Entre os estados brasileiros, quatro encontram-se na zona de alerta intermediário, com mais de 60% dos leitos ocupados: Pará (67%), Tocantins (62%), Pernambuco (79%) e Alagoas (68%). Já quando a análise se concentra nas capitais, Fortaleza (85%), Maceió (85%) e Goiânia (97%) chegam à zona de alerta crítico, com mais de 80% de leitos ocupados. O boletim acrescenta que Palmas (66%), Salvador (62%) e Belo Horizonte (73%) estão na zona de alerta intermediário.
A Fiocruz pondera que, embora a variante Ômicron esteja associada a casos mais leves de covid-19, sua grande transmissibilidade pode provocar um aumento abrupto de casos, o que poderia sobrecarregar os sistemas de saúde e ser um obstáculo ao diagnóstico rápido e tratamento oportuno dos pacientes.
Dados
O Ministério da Saúde informou em nota que em dezembro foram restabelecidas as plataformas e-SUS Notifica, Sivep-Gripe, SI-PNI e Conecte SUS, possibilitando a inclusão de dados por estados e municípios. Alguns dos dados lançados podem não constar nas interfaces dos sistemas, entretanto, todas as informações podem ser registradas pelos gestores locais e, assim que a integração de dados for restabelecida, os registros poderão ser acessados pelos usuários.
Cabe ressaltar que o Departamento de Informática do SUS (Datasus) segue atuando para restabelecer as demais plataformas e integradores de forma gradativa, com previsão de normalização para janeiro.
*Por Agência Brasil