Desde outubro do ano passado, quando começou a temporada de chuvas em Minas Gerais, 25 pessoas morreram em todo o Estado em situações provocadas pelos temporais.
A principal causa de morte é o soterramento, quando uma casa (ou mesmo um carro) é atingida pela queda de um barranco ou deslizamento de terra e as vítimas não conseguem resistir aos ferimentos. Das 25 vítimas do período chuvoso, 16 morreram dessa forma, de acordo com balanço da Defesa Civil estadual.
Outra causa de morte frequente – a segunda mais comum neste período – são as enxurradas. Oito pessoas tiveram o carro (ou o cavalo, como ocorreu no município de Claro dos Poções) arrastado pela força das águas em ruas ou pontes.
Uma morte foi causada por eletrocussão por uma descarga elétrica, registrada em Santana do Riacho, município onde fica localizada a Serra do Cipó.
O número de mortes na temporada 2021/2022 já ultrapassou o do período anterior, quando 22 pessoas morreram também em circunstâncias provocadas pelas chuvas.
Soterramentos
Um dos episódios mais dramáticos envolvendo soterramento, ocorreu dentro do condomínio Retiro do Chalé, em Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte, no sábado passado, dia 8 de janeiro. Um motorista e quatro pessoas de uma mesma família – incluindo duas crianças – foram soterradas dentro de um carro depois que um barranco cedeu e atingiu uma estrada bem no momento em que eles passavam. Os bombeiros só conseguiram resgatar os corpos das vítimas dois dias depois.
Em Contagem, um homem foi atingido pelo muro da casa onde ele trabalhava. Em Ouro Preto, um homem morreu soterrado após a sua casa ter sido atingida em um deslizamento de terra. Na cidade de Ervália, um jovem de 20 anos morreu dentro de um bar, que também foi atingido por uma encosta que cedeu. Na cidade de São Gonçalo do Rio Abaixo, uma pessoa foi soterrada pelo muro da sua casa, que caiu.
Em Dores de Guanhães, quatro pessoas foram levadas ao hospital depois que um conjunto habitacional foi atingido pelo escorregamento de um talude. Duas morreram. Em Belo Horizonte, uma mulher de 42 anos não resistiu após ter sido soterrada dentro da própria casa. Em Betim, um homem de 38 anos conseguiu ser resgatado por vizinhos quando foi soterrado em sua casa, mas não resistiu e faleceu no hospital.
No ano passado, foram registrados três óbitos por soterramento:uma criança de 2 anos de idade que vivia em uma casa em Pescador, um homem de 42 anos que foi atingido pelo telhado de uma casa que caiu após ser atingido pelo muro da residência, em Engenheiro Caldas, e uma mulher de 33 anos, moradora de Coronel Fabriciano, que chegou a ser levada ao hospital depois de ter sido atingida pela parede de um imóvel que desabou após um barranco ceder.
Enxurradas
A segunda causa de mortes mais comum durante todo o período chuvoso ocorreram em decorrência de enxurradas. Essa também foi a causa da primeira morte registrada no atual período chuvoso, ainda em 2 de outubro do ano passado. Uma mulher de 34 anos morreu após o carro que ela dirigia ter sido levado pela enxurrada e cair em um córrego, em Uberaba.
Em 7 de novembro, um homem de 62 anos, morador de Nova Serrana, também teve o carro arrastado. Pouco antes do Natal, no dia 23 de dezembro, o veículo onde estava um homem de 44 anos foi levado pelas águas depois que ele tentou atravessar uma ponte em uma comunidade rural próxima a Montes Claros.
Neste ano, foram cinco óbitos registrados por conta das enxurradas. No dia 10 de janeiro, em Caratinga, dois homens também tentavam passar por uma ponte em meio à correnteza etiveram o carro arrastado com a força das águas.
No mesmo dia, em Perdigão, duas mulheres morreram em condições semelhantes. No dia 12 de janeiro, um homem tentou atravessar uma ponte coberta por água a cavalo e foi arrastado, junto com o animal.
Fonte: Rádio Itatiaia