A Polícia Civil abriu um inquérito para apurar uma possível fraude na venda de vacinas para crianças em clínicas particulares de Minas Gerais. O alerta foi feito pela Associação Brasileira das Clínicas de Vacina (ABCVAC) após várias mães terem sido enganadas em Belo Horizonte e Contagem.
Segundo a instituição, uma mulher estaria se passando por representante de clínicas privadas, recebendo pagamentos por vacinas e realizando agendamentos em nome das mães em estabelecimentos.
“A falsária recebe o pagamento do paciente via pix, agenda o atendimento em domicílio em clínicas privadas, em nome desse paciente, e apresenta um comprovante falso para esse agendamento”, afirma o presidente da ABCVAC, Geraldo Barbosa.
Ainda segundo a ABCVAC, a primeira dose das vacinas chega a ser aplicada nas crianças por meio de atendimento domiciliar – modalidade que cresceu muito desde a chegada da pandemia de Covid no país. No entanto, as demais doses não são aplicadas.
“Apesar do serviço vacinal da primeira dose ser realizado, os pacientes acabam lesados, pois também são adquiridas as doses de reforço, que acabam não sendo feitas, quando se descobre a fraude”, relata Barbosa.
Segundo a Associação, pelo menos quatro clínicas de vacinação já confirmaram a tentativa de golpe e já foram registrados dois boletins de ocorrência por clínicas vítimas do golpe.
“Tememos que isso esteja acontecendo em maior escala, por isso estamos chamando a atenção aos casos, para que mães, responsáveis, pacientes e clínicas deixem de ser lesados. As ocorrências são importantes para investigações e providências”, afirmou o presidente da ABCVAC.
Após a descoberta do golpe, a ABCVAC passou a orientar as mães que contratem serviços sempre “por um canal oficial da sua clínica de preferência, seja ele site, WhatsApp ou telefone” e alertou ainda para o fato de “clínicas privadas não têm representantes de venda que ofereçam vacinas”.
Por meio de nota, a Polícia Civil informou que “está com a investigação em curso apurando possível prática de estelionato e outras fraudes, com base nos fatos narrados pelas vítimas em ocorrência registrada na Delegacia”. A corporação orientou ainda que, caso mais alguém tenha sido vítima do golpe, “compareça a uma delegacia mais próxima de sua residência, munida de todos os documentos, para registrar o boletim de ocorrência”.
Fonte: O TEMPO