A cantora Paulinha Abelha morreu na tarde de quarta-feira (23) após dez dias de internação. A artista era vocalista do grupo de forró Calcinha Preta, e entrou em coma no último 17 de fevereiro. No dia 19, Paulinha foi transferida para um hospital da Rede Primavera Saúde, onde não resistiu à infecção.
A cantora da banda de forró estava internada desde o dia 11 de fevereiro em Aracajú, capital do Sergipe, depois de dar entrada no hospital com um quadro de insuficiência renal. Dois dias após ser internada, ela precisou ser levada para a UTI, onde passou a fazer diálise. No entanto, o quadro clínico da cantora se agravou nos últimos dias e evoluiu para um coma de nível 3 na escala de Glasgow, quando o paciente não responde a nenhum estímulo.
Fãs da artista fizeram correntes de orações durante dias em frente aos hospitais em que ela ficou internada, mas Paulinha não resistiu.
Quem foi Paulinha Abelha
Paula de Menezes Nascimento Leça Viana, mais conhecida como Paulinha Abelha, estava no Calcinha Preta desde 1998, quando entrou por indicação de Daniel Diau, cantor que havia ingressado recentemente no grupo.
Nascida em Simão Dias, pequena cidade do interior de Sergipe, ela começou a cantar aos 12 anos em trios elétricos. Ainda jovem, fez parte das bandas Flor de Mel e Panela de Barro, mas precisou interromper a carreira por dificuldades financeiras.
A história na banda tem idas e vindas, mas começou no final dos anos 90, quando o empresário Gilton Andrade a descobriu. Ao todo, ela gravou 21 CDs e três DVDs.
Entre as gravações de sucesso estão “Louca por ti”, “Ainda te amo”, “Baby Doll” e “Liga pra Mim”. Sua primeira saída da banda foi em 2010, quando trocou o grupo pelo GDO do Forró, mas voltou meses depois.
Paulinha deixou a banda em outras duas oportunidades, em 2016, mas voltou em 2018, permanecendo desde então.
Investigação
Em conversa com a imprensa na última terça, a equipe médica revelou que não existia possibilidade de infecção bacteriana no cérebro e morte encefálica. “A pergunta que a gente faz agora é quais as etiologias [causas médicas] que justifiquem uma pessoa estar em um coma, em uma Escala de Glasgow 3, que é a nota mais baixa que você pode ter numa escala de classificação de coma”, contou o médico neurologista, Marcos Aurélio Alves.
Com isso, os médicos investigavam uma possível intoxicação medicamentosa. “Hoje nosso interesse é mantê-la viva. E não está sendo uma função fácil”, revelou.
Cronologia
11 de fevereiro – Paulinha Abelha foi internada para tratar problemas renais após turnê com a banda Calcinha Preta, em São Paulo.
14 de fevereiro – A cantora precisou ser transferida para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e começou a fazer diálise.
17 de fevereiro – A artista entrou em coma após instabilidade neurológica. No período da noite, foi transferida de hospital para fazer exames renais.
18 de fevereiro – Paulinha permaneceu em coma, estável, com quadro de infecção controlado e respirando com a ajuda de aparelho.
19 de fevereiro – O boletim médico informou que a cantora estava intubada e ainda em coma. Além disso, descartaram que a artista estivesse com “doenças infecciosas de interesse epidemiológico para a comunidade”.
20 de fevereiro – A cantora apresentou quadro neurológico grave, intubada e seguia na UTI.
21 de fevereiro – Paulinha continuou com quadro neurológico grave, respirando com suporte de aparelhos e fazendo diálise.
22 de fevereiro – Novo boletim médico apontou quadro neurológico, sem necessidade de medicamentos para ajuste da pressão, respirando com suporte de aparelhos, mantenho a oxigenação adequada e necessitando de hemodiálise para ajuste da função renal.
23 de fevereiro – A artista manteve o quadro neurológico inalterado em quadro de coma, durante a manhã, sem necessidade de medicamentos para ajuste de pressão, respirando com suporte de aparelhos, mantendo a oxigenação adequada e necessitando de hemodiálise para ajuste de função renal.
23 de fevereiro – Morte da artista é confirmada no final da tarde.
Fonte: Rádio Itatiaia