O árbitro Igor Junio Benevenuto revelou nesta segunda-feira (7) que está sofrendo ameaças por conta da atuação no clássico entre Atlético e Cruzeiro. Ele marcou um pênalti para o Galo enquanto a Raposa vencia a partida por 1 a 0. O lance gerou polêmica e opiniões divergentes entre torcedores e comentaristas de arbitragem.
Em entrevista ao Sportv, ele revelou que recebeu mensagens até antes do jogo. Agora, por medo de sofrer agressões físicas e verbais, não está em casa, que está sendo alvo de ações violentas.
“Horas antes do clássico, recebi várias mensagens de ameaças. Falando que se eu marcasse um pênalti contra determinada equipe eu ia ver com essas pessoas, que eles sabem onde eu moro. Após o clássico, meu celular virou uma tristeza, só mensagens abusivas, falando que vão me matar. Ontem, duas vezes passou um carro na porta da minha casa falando que ia me matar, que ia pegar o pessoal da minha família e matar. Hoje, passaram novamente. Eu não fui para casa ainda e não sei que dia volto. Minha vida virou um estresse por conta dessa penalidade, que foi o único lance que teve questionamento na partida”, explicou.
Benevenuto também disse que mudou o visual para não ser identificado por possíveis agressores. O árbitro tirou a barba e só sai de onde está alojado utilizando acessórios para esconder a identidade.
“Estamos vivendo um terrorismo velado. Não como vemos em outros países, mas vivemos um terrorismo psicológico. Minha vida não é normal a partir desse momento. A Federação Mineira se disponibilizou para ajudar com um advogado. Eu tirei a barba por conta do jogo de ontem. Sei que a pessoa marca a fisionomia. Tirei para tentar andar com mais tranquilidade porque tenho uma vida. Sei que não vou poder treinar na academia, andar nas ruas. Pode vir um louco e fazer alguma coisa mais severa. Estou andando de boné, máscara, óculos escuros, para ninguém me reconhecer” revelou.
Por conta de todas ameaças feitas pelos criminosos, o juiz pretender levar o caso adiante. A intenção dele é que as pessoas sejam identificadas e punidas por conta das ameaças. Benevenuto ainda lembrou outros casos de violência que acontecerem nas últimas semanas por conta do futebol.
“Vamos entrar com uma ação contra essas pessoas. Eles têm que entender que as redes sociais não são terra de ninguém, que podem falar o que querem e as pessoas não serem punidas. Vou fazer uma ocorrência policial porque é algo extremamente grave. Estamos vendo vendo os casos recentes nos ônibus dos clubes com pedradas, bombas, invasão de campo, essa fatalidade no México. Passou de todos os limites possíveis. Temos que ter uma punição grave. As autoridades precisam arrumar uma estratégia para coibir essas pessoas que estão vivendo em nosso meio. A intolerância está muito grande”.
Mesmo sendo menos relevante do que a segurança do árbitro, o lance polêmico também foi abordado. Ele afirmou que segue com a interpretação de falta de Oliveira em cima de Hulk. Mais cedo, a comissão de arbitragem da Federação Mineira de Futebol também se posicionou a favor da marcação da penalidade.
“Continuo com a minha posição de penal. Vejo a bola pegando na perna no Hulk e o jogador do Cruzeiro acerta a perna dele. Continuo com a mesma decisão. É o que eu vi em campo”, finalizou.
Fonte: Rádio Itatiaia