Fósseis de um basilossauro foram descobertos no fim de 2021 e apresentados por paleontólogos no país sul-americano.
Paleontólogos apresentaram, nesta quinta-feira (17/03), os restos fossilizados de um basilossauro, uma “baleia primitiva” que habitou os mares há 36 milhões de anos, encontrado no final de 2021 num deserto no Peru, anunciaram os pesquisadores.
Urbina indicou que a descoberta do cetáceo foi no final de 2021 no deserto de Ocucaje, na região de Ica, cerca de 350 km ao sul de Lima.
O “Predador de Ocucaje”, como seus descobridores o batizaram, tinha cerca de 17 metros de comprimento e usava poderosos dentes para se alimentar de atum, tubarões e grandes quantidades de sardinhas.
Mar quente
O paleontólogo Rodolfo Salas-Gismondi explicou que o basilossauro difere de outras espécies conhecidas pelo grande desenvolvimento de seus dentes e seu tamanho.
“Esta é uma descoberta extraordinária devido ao seu grande estado de conservação. É um predador dos mares do mundo, este animal foi um dos maiores predadores do seu tempo. É uma baleia primitiva”, afirmou Salas-Gismondi à AFP.
“Naquela época o mar do Peru era quente, não era frio como é hoje. Graças a esse tipo de fóssil podemos reconstruir a história do mar peruano”, acrescentou o responsável pelo Departamento de Paleontologia de Vertebrados do Museu de História Natural.
No final do Eoceno (entre 56 milhões e 34 milhões de anos atrás), os cetáceos estavam totalmente adaptados à vida marinha e vagavam por quase todos os oceanos do mundo. Naquela época, as baleias ainda não haviam evoluído e quase todos os cetáceos eram macropredadores marinhos, segundo os estudiosos.
O deserto de Ocucaje é um lugar rico em fósseis, segundo os pesquisadores.
“Graças aos fósseis de Ocucaje podemos redescobrir a história do mar peruano. Temos um registro de 42 milhões de anos de evolução e de espécies marinhas”, explicou Salas-Gismondi.
Fósseis de baleias anãs de quatro patas, golfinhos, tubarões e outras espécies do período Mioceno (entre 5 e 23 milhões de anos atrás) foram descobertos no mesmo deserto há mais de duas décadas.
*Por AFP