Uma roda de conversa com o tema “Desmascarando a hipocrisia: loucura é verso, liberdade e poesia” marcou o Dia Nacional da Luta Antimanicomial em Itabira. No bate-papo com profissionais das secretarias de Saúde e de Assistência Social, familiares e usuários da rede de atenção à saúde mental da Prefeitura puderam dar depoimentos, tirar dúvidas e sugerir melhorias aos serviços de acolhimento.
O mediador dos debates, psicólogo Rinaldo Conde Bueno, doutor em psicologia social pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), elogiou o trabalho em rede dos diversos setores da Prefeitura em favor da saúde mental. “A ‘desrazão” faz parte da gente e nós precisamos de um serviço ampliado, especializado e que acolha para além da crise do usuário.Temos que trabalhar para mais centros de convivência, inserção psicossocial e garantir a dignidade e autonomia dos usuários”, destacou o professor.
Um dos programas de Itabira é o “Acessuas Trabalho”, destinado facilitar o acesso das pessoas com deficiência mental às vagas de emprego existentes no mercado. A Secretaria de Assistência Social destaca que o objetivo é dar autonomia aos usuários e familiares por meio do trabalho. Na Secretaria da Educação o programa “Conexão Jovem” visa o diálogo e acolhimento dos mais novos dentro do ambiente escolar, além do estudo dirigido com os professores dos livros da coleção “Fluir das emoções”. A pasta oferece aos educadores interessados atendimento psicológico individual.
O evento foi aberto pela professora e literata Leda Maria Lage, com o poema “A doida” de Carlos Drummond de Andrade. O grupo teatral do Centro de Convivência InterAgir fez apresentação pedindo respeito à Saúde Mental. Dirigida pelo professor Rômulo Santos, da Fundação Cultural Carlos Drummond de Andrade, a peça também abordou a necessidade de valorização dos profissionais da saúde mental e defendeu a instalação de uma unidade do Centros de Atenção Psicossocial (Caps) com atendimento 24 horas.