O futebol brasileiro passa, mais uma vez, por grandes críticas à arbitragem. Assim como em outros anos, 2022 vem sendo marcado por erros graves de árbitros e assistentes em várias partidas. Entre junho e julho, o tom das cobranças de jogadores, técnicos e dirigentes subiu e sete árbitros foram afastados pela CBF, que tenta contornar mais uma crise envolvendo o setor.
Bruno Arleu de Araújo (Fifa), Savio Pereira Sampaio (Fifa), Rafael Traci (Fifa), Emerson de Almeida Ferreira, Marcus Vinicius Gomes, Luiz Flávio de Oliveira (Fifa) e Wagner Reway receberam punições e foram temporariamente afastados. Não há padronização para o afastamento de profissionais, seja quanto ao tempo na “geladeira”, seja entender quais erros são passíveis dessa punição.
O primeiro árbitro a ser punido foi Bruno Arleu de Araújo (Fifa), ainda em junho, na décima rodada do Brasileirão, quando não marcou um pênalti em Yago Pikachu, na partida entre Fortaleza e Goiás. Ele voltou a apitar um mês depois, no duelo entre Coritiba e Juventude.
Já Savio Pereira Sampaio e Rafael Traci (VAR) foram criticados e punidos por suas atuações no jogo entre Internacional e Botafogo, no dia 19 de junho. Desde então, Sampaio ainda não voltou a apitar na Série A, enquanto Traci retornará neste domingo no duelo entre Athletico-PR e São Paulo, em Curitiba. Traci, inclusive, esteve como VAR no confronto entre Sport e Guarani pela Série B, na quinta-feira, e solicitou que o gol bugrino fosse revisado pelo árbitro André Luiz de Freitas Castro, que decidiu pela anulação por ver uma suposta falta. A decisão revoltou o Guarani em campo, que saiu derrotado da Ilha do Retiro.
Emerson de Almeida Ferreira e Marcus Vinicius Gomes foram afastados após a partida entre Palmeiras e São Paulo pelo jogo da volta das oitavas de final da Copa do Brasil no dia 14 de julho. Eles ainda não retornaram a apitar na competição ou no Brasileirão. Já Luiz Flávio de Oliveira e Wagner Reway foram punidos na última quinta-feira por uma sucessão de erros no duelo entre Flamengo e Athletico-PR pela Copa do Brasil.
A arbitragem do futebol brasileiro teve que lidar com correções de rota neste ano. Em abril, a Comissão de Arbitragem passou a ter um novo presidente. Wilson Seneme assumiu a vaga, após deixar a mesma função na Conmebol, onde esteve por seis anos. Seneme chegou à CBF para preencher oficialmente a lacuna deixada após a saída de Leonardo Gaciba, demitido do cargo em novembro do ano passado, após uma série de episódios polêmicos envolvendo árbitros na reta final do Brasileirão. Ainda em abril, foram oficializados os desligamentos de dez funcionários, que tinham cargos de comando na arbitragem brasileira.
“A gente gostaria que a arbitragem não fosse lembrada após os jogos. A gente gostaria que os outros segmentos do futebol lembrassem dos gols bonitos, das jogadas maravilhosas, e que se falasse pouco da arbitragem. O grande objetivo dos árbitros é influenciar os resultados dos jogos o mínimo possível. Essa é a nossa busca”, declarou Seneme ao Estadão após ser empossado no novo cargo.
Fonte: Rádio Itatiaia