Vários projetos são desenvolvidos por meio de dois termos de fomento que preveem a gestão integrada de unidade de conservação e desenvolvimento de ações comunitárias.
Um dos cenários mais bonitos e atraentes de Itabira, a comunidade da Serra dos Alves, no distrito de Senhora do Carmo, está escrevendo uma nova história. Com investimentos da Prefeitura e atuação dos moradores locais, sob liderança do Instituto Bromélia, várias ações estão em andamento para buscar um desenvolvimento urbano ordenado, turismo sustentável e preservação do meio ambiente e do patrimônio cultural. Os projetos são desenvolvidos pela entidade por meio de termos de fomentos celebrados com a administração municipal via secretarias municipais de Meio Ambiente (SMMA) e Desenvolvimento, Econômico, Ciência, Tecnologia, Inovação e Turismo (SMDECTIT).
O trabalho é contínuo e é realizado desde o mês de agosto. A proposta é gerar alternativas de desenvolvimento sustentável, com embasamento nos costumes locais, gerando oportunidades, renda e empoderamento da comunidade.
Com a parceria, uma série de treinamentos é realizada com frequência envolvendo os moradores, como cursos de condutores de ecoturismo, plantio da horta comunitária e oficinas temáticas. Na área educacional, as crianças da comunidade agora contam com acompanhamento e reforço escolar, com o apoio de agente educacional que propõe várias atividades e práticas multidisciplinares.
A comunidade já ganhou cores e uma vida nova com o trabalho desenvolvido no local. São realizadas oficinas, festividades e várias intervenções. No quesito educação ambiental, o projeto do instituto transformou as lixeiras em locais adequados para o descarte. Foram colocadas cercas para evitar que cachorros espalhem o lixo e também é uma garantia de que os resíduos sejam separados adequadamente.
O instituto ainda é responsável pela zeladoria do Parque Natural Municipal do Alto do Rio Tanque. Com o convênio, os turistas e a população podem contar com um parque sempre conservado e organizado, com trilhas limpas e sinalizadas. A limpeza e conservação do Centro de Atendimento ao Turista (CAT) também é responsabilidade do instituto. Os turistas ainda contam com agentes que são responsáveis por orientar quanto aos atrativos locais e sobre o que é ou não permitido no local.
De acordo com o superintendente de Meio Ambiente, Diego Pimenta, o fomento gera um retorno positivo em vários aspectos. “A gestão da unidade hoje é uma ação que consegue ter manutenção do espaço, como troca de cerca, manutenção do mirante, das escadas e de todo o parque. O parque tem atrativos que atraem um público grande e hoje temos a contagem de visitantes, que só foi possível por meio desse contrato. Os resultados são estudados para que outras unidades de conservação possam ter o mesmo tratamento”, disse.
Instituto Bromélia
O Instituto Bromélia é uma Organização da Sociedade Civil (OSC), sem fins lucrativos. A instituição conta com 13 profissionais para execução dos termos que preveem a gestão integrada da unidade de conservação do Parque Municipal Alto do Rio Tanque e desenvolvimento de ações comunitárias. Do quadro geral, 95% dos colaboradores e gestores são moradores locais e, desses, 70% são mulheres da comunidade. Uma oportunidade de transformação e crescimento profissional, além de provocar nessas pessoas o sentimento de pertencimento e realização de cuidar da comunidade onde vivem.
O coordenador do Instituto Bromélia, Carlos Henrique Moura Andrade, que também é morador e empreendedor da Serra dos Alves, conta que a entidade fundada há três anos ganhou força com o apoio do governo municipal. “Ressaltamos a importância deste convênio e a transformação que já se percebe em toda a comunidade, tanto no âmbito ambiental, como principalmente, no social. O instituto foi fundado para trazer representação jurídica à comunidade e ainda propomos alternativas para o desenvolvimento”, explica Carlos Henrique Moura Andrade.
O coordenador analisa ainda que a parceria tem transformado a Serra dos Alves em referência em gestão comunitária “criando empoderamento com a participação expressiva das mulheres da comunidade, girando os principais pilares da sustentabilidade: meio ambiente, economia e social”.