Amanhã (31/10), 120 anos do nascimento de Carlos Drummond de Andrade. Em quem ele votaria para presidente da República amanhã, o 2º turno? Difícil responder. Entretanto, se as eleições, amanhã (30/10) fossem em cédulas de papel, com a indicação manuscrita do presidente, muitos brasileiros se lembrariam do mais ilustre mineiro de Itabira. Iria, portanto, surpreender em votos para ocupar o Palácio do Planalto.
O poeta Drummond nasceu na Itabira, em 1902. A cidade ainda carregava o pomposo nome de Itabira do Mato Dentro, no Quadrilátero Ferrífero. Lá foi, também, da Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), atual Vale S.A. Itabira lhe serviu as primeiras inspirações, rosário para tantas obras. Algumas, porém, para poemas sofridos, como as lembranças do minério de ferro extraído do alto do Pico do Cauê.
Itabira, desde o dia 26, virou enorme tablado para densa programação em reverência ao filho ilustre. As homenagens principais, todavia, correm na 21ª Semana Drummondiana.
Drummond, merecidamente, continua no posto de maior poeta da literatura brasileira. Mas, lamentavelmente, importantes escritores brasileiros perdem para a internet em matéria de interesse pela literatura na geração digitalizada. Além disso, as grades nos ensinos Fundamental e Médio dão pouco espaço para literatura. Nesse barco, entretanto, há o enorme descaso que une editoras e imprensa, de um lado, e autoridades públicas, do outro.
Nos últimos anos, as informações sobre autores brasileiros perderam em qualidade. Isso, então, somou no conjunto dos buracos no conhecimento popular.
O ilustre mineiro faleceu em 17 de outubro de 1987, Rio de Janeiro. Na cidade cariosa viveu maior parte de sua vida, e, portanto, foi onde escreveu maioria de seus livros e crônicas.
Drummond era global, um modernista brasileiroda segunda gema.