O Cruzeiro venceu o seu maior objetivo em 2022, o acesso à Série A, e, com os jogadores de férias, a diretoria aumenta o trabalho já pensando na temporada do ano que vem. Os esforços dos dirigentes celestes seguem direcionados ao projeto de manutenção da Raposa na Primeira Divisão após o retorno — após três anos — da Série B.
“Manter-se na Primeira Divisão. Esse será nosso objetivo principal. Provavelmente, é a Série A mais disputada dos últimos anos, com poder econômico muito superior ao nosso. Vamos ter que nos reinventar mais uma vez, do ponto de vista de criatividade, em acreditar nossos preceitos, de modelo de jogo, modelo de contratação. A gente sabe que o volume de recursos que teremos para colocar no futebol é para lutar para ficar na Primeira Divisão”, disse Gabriel Lima, CEO do Cruzeiro.
A declaração de Lima foi dada durante o 1º Seminário Brasileiro sobre Futebol, a Lei da SAF e o Mercado de Capitais, realizado pelo Instituto de Direito Societário Aplicado (IDSA).
Para o dirigente celeste, o Cruzeiro seguirá com a política financeira de “pés no chão” sem cometer loucuras. Gabriel Lima chegou a dizer que seria trágica uma nova queda do clube à Segunda Divisão.
“É muito perigoso dar um passo maior que a perna. Nosso processo é pouco a pouco, a gente vem tomando muito cuidado com isso. Nossos passos são extremamente medidos. Uma segunda queda seria trágico para o processo de reconstrução do Cruzeiro”, explicou.
O Cruzeiro passou por um choque de gestão desde que Ronaldo comprou o clube. Antes da chegada do Fenômeno, a antiga gestão previu gastos quase na casa dos R$ 100 milhões, sem que o clube tivesse de onde tirar tal montante com as receitas — comprometidas por adiantamentos em anos anteriores.
“Quando a gente chegou, a gente viu que os números estavam inflados perto da capacidade financeira que o Cruzeiro tinha. O Cruzeiro tinha folha assinada de R$ 96 milhões, e tinha previsão de receita de R$ 40 milhões. Não precisa ser gênio da matemática para saber que não iria dar certo. A gente reduziu nosso orçamento para R$ 45 milhões e começamos o processo de reestruturação”, contou.
O Cruzeiro soma uma dívida que supera R$ 1 bilhão e conviveu antes de se tornar Sociedade Anônima do Futebol com atrasos de salários, problemas com pagamento de fornecedores e com ações na Justiça que atrapalhavam o fluxo financeiro do clube.
“Encontramos um cenário em que houve momentos em que funcionários estavam há nove meses sem receber salário. Era muito curioso, o modelo que foi formado ali que era um poder paralelo, que eram jogadores versus dirigentes. Os jogadores ajudavam os funcionários. Os funcionários não respondiam à instituição, eles respondiam aos jogadores. Todo esse processo foi extremamente desafiador”, contou.
“Nosso modelo de negócio é com base em gestão e responsabilidade econômica. A gente não faz modelo de startup, de queimar caixa. Nosso modelo é de geração de caixa e viver do que geração de receitas”, completou, Gabriel Lima.
Fonte: Rádio Itatiaia