A Polícia Civil de Mato Grosso do Sul investiga a possibilidade de o avião roubado do cantor e compositor Almir Sater estar na Bolívia e ter sido usado pelo tráfico internacional de drogas. A aeronave do artista, que possui uma fazenda em Aquidauana (a 140 km de Campo Grande), foi levada em setembro de 2021, durante um “arrastão” no aeroporto do município. Na ocasião, outros dois aviões foram roubados.
A suspeita da polícia brasileira veio após ter conhecimento de uma grande apreensão de aeronaves na Bolívia durante uma operação contra o narcotráfico, em março de 2022. Segundo o Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado de Mato Grosso do Sul, os aviões têm as mesmas características dos roubados em Aquidauana.
Por enquanto, a comparação foi feita apenas por fotos. Mas os investigadores dizem acreditar que o avião do cantor, modelo Cessna 182, possa estar entre as 66 aeronaves apreendidas pela polícia boliviana no Aeroporto de La Cruceña. Na ação, 38 pessoas foram presas.
Responsável pela investigação do assalto em Aquidauana, a delegada Ana Cláudia Medina disse que a Polícia Civil já estabeleceu todos os trâmites e, agora, aguarda a autorização do governo boliviano para que a perícia técnica seja feita nos aviões.
“Foi solicitada autorização do ingresso oficial de equipe policial e pericial especializada em repressão qualificada a crimes aeronáuticos junto ao território boliviano com vistas a promover exames e diligências em torno das 66 aeronaves apreendidas, que guardam inúmeras semelhanças com as aeronaves subtraídas no nosso país e que visivelmente se encontram adulteradas em suas características originais como prefixo e pintura”, afirmou a delegada.
ROUBO EM AQUIDAUANA
Na madrugada de 6 de setembro de 2021, um grupo com cerca de dez homens armados invadiu o aeroclube da cidade de Aquidauana e roubou três aviões, incluindo a aeronave do cantor Almir Sater.
De acordo com a Polícia Civil, os assaltantes renderam dois seguranças do local e os obrigaram a abastecer os aviões. Na sequência, os guardas foram amarrados com cordas.
No decorrer das investigações, a polícia disse que os criminosos estavam fortemente armados e que alguns falam espanhol e outros, português.
Ao todo, seis pessoas já foram presas pelo crime, sendo um homem localizado na Bolívia.
Aléxia Sousa / Folhapress