O Ministro da Justiça Flávio Dino (PSB) afirmou que cerca de 1.500 pessoas foram detidas pelas forças de segurança do Distrito Federal e serão investigadas pela participação nas invasões e depredações das sedes dos Três Poderes, em Brasília.
“Ontem tivemos 209 prisões em flagrante, esse número sempre é atualizado a luz das circunstâncias. Neste momento estão sendo ouvidas cerca de 1.200 pessoas, totalizando algo em torno de 1.500 prisões”, disse Flávio Dino.
Dino afirmou que a situação está controlada em Brasília e que a tentativa de golpe fracassou. “Nosso país caminha para a absoluta normalização institucional. Hoje, o excelentíssimo presidente da República realizou reuniões com os três poderes, com os comandantes das Forças Armadas, então entre as instituições civis e militares reina a plena compreensão da Constituição e da democracia. Golpistas, terroristas, criminosos em geral não tiveram êxito em seu intento de ruptura da lei”, explicou.
“Foram realizadas as perícias nos edifícios sedes, que visam a instrução dos inquéritos que estão sendo instaurados no âmbito da PF e também para que aconteça a responsabilização civil, as ações vão ser remetidos para que se cobre a indenização para quem perpetrou danos materiais nos edifícios e no patrimônio histórico ali alojado”, disse.
Investigação de financiadores
Dino reafirmou, ainda,, que a Polícia Federal irá solicitar à Justiça o cumprimento de mandados de prisão temporária e preventiva de organizadores e financiadores dos ataques.
De acordo com ele, houve uma série de crimes praticados nos episódios de ontem durante as invasões dos prédios do Congresso Nacional, Supremo Tribunal Federal (STF) e Palácio do Planalto, como: crime de golpe de Estado, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, crime de dano qualificado, associação criminosa e lesões corporais – inclusive contra profissionais da imprensa.
Para justificar a procura pelos financiadores dos atos golpistas, Dino afirmou que o artigo 29 do Código Penal prevê que suspeitos possam ser identificados como coautor e partícipes dos crimes.
“Esses eventos não obtiveram êxito em si mesmos e no seu intento, que era gerar efeito-dominó. A expectativa, aparentemente, de que alguns acreditavam que a partir dos eventos como a subida da rampa do Congresso, do Supremo e do Planalto, fosse criado um quadro de anomia e situação propiciadora de novas aventuras”, afirmou Dino ao dizer que esse quadro foi vencido e que o pior passou.
Fonte: Rádio Itatiaia