O técnico Eduardo Coudet disparou na entrevista coletiva após a derrota do Atlético por 1 a 0 para o Libertad, do Paraguai, pela rodada de abertura do Grupo G da Copa Libertadores. O treinador argentino relatou que pediu uma cláusula de saída para os investidores e diretores do clube.
“O único que pedi há 15 dias foi uma cláusula de saída. Porque trocou tudo, entende? Foi a única coisa que pedi ao diretor e aos investidores. Uma cláusula de saída. Sabem o diretor e os investidores. Porque não é o que me prometeram quando foram me buscar. Entende? Os clubes grandes são difíceis, mas depois, na verdade, é o que tem. Assinei por dois anos. E agora, o que pode se fazer. Ah, um nome não pode. O outro não pode. Teremos 18 jogos em dois meses, em 60 dias. É o que está acontecendo, mas é muito estranho. Perdi um jogo e vivo esse clima? Difícil”, disse em parte da entrevista.
As principais críticas de Coudet são em relação ao elenco atleticano. O Galo vendeu, nos últimos dias, Eduardo Sasha (Bragantino) e Ademir (Bahia). Na partida contra o Libertad, o treinador precisou colocar em campo o jovem Isaac, que estreou como profissional nesta noite.
“E a verdade é que o diretor desportivo me buscou, planejamos um montão de coisas, e coisas que estavam sobre a mesa. Vim aqui pelo desafio desportivo, não por dinheiro. Gostei do clube e do desafio desportivo. E tudo trocou. Ou vocês não sabem que tudo foi trocado. Eu fiz a venda? Eu aprovei as vendas? Ou não souberam vocês que houve vendas? Hoje é mais fácil que entre Sasha ou um juvenil que estreou na Copa Libertadores. Ou que te cobrem porque dos últimos três gols, se ponho Réver ou se coloco outro juvenil a estrear? Tenho 18 jogadores na mão. Qual é o objetivo real?”, relatou Coudet.
Coudet afirmou que a diretoria do Atlético mentiu sobre a situação do elenco. Entre as críticas do treinador, estão as mudanças de planejamento do clube.
O treinador argentino afirmou que, inicialmente, o planejamento era de fechar as contratações do lateral-direito Gilberto, do Benfica, e do zagueiro Felipe, do Atlético de Madrid. No entanto, por falta de condições financeiras, o clube fechou com o lateral Saravia e o zagueiro Mauricio Lemos, ambos sem custos.
“É mentira! É mentira! Esta não é a situação que me prometeram. Essa é a situação real. Eu, aos investidores, acompanho até a morte o meu diretor esportivo e meus jogadores. Mas o meu contrato está sobre a mesa e me digam o que querem. Com dez jogadores ganhos de 15, jogam cerveja em mim? Uma coisa é a exigência de um clube grande, que querem que jogue bem, pode jogar melhor, mas trabalhei todos os dias, trabalhei todos os dias para trazer quatro jogadores de graça, pedindo por favor para que tragam um volante porque tínhamos só um. Essa é a realidade que eu vim buscar? Não. Vamos ter dificuldades com 20 jogadores quando tivermos três competições”, disse, completando.
“Mudou o projeto. Se passamos do Felipe de Atlético de Madrid e trazer o Gilberto do Benfica, e depois trazer Lemos e Rodrigo (Battaglia) de graça. Parece que mudou ou não? Tentamos fazer o possível”.
Incômodo com a torcida
Coudet ficou irritado com a atitude de alguns torcedores, que vaiaram jogadores da equipe ainda no primeiro tempo. Outra situação que deixou o treinador inconformado foi o arremesso de um copo de cerveja em sua direção. Ele afirmou não entender a situação, já que a equipe tem bons números neste ano.
“Me encanta a loucura, quando a torcida começa a gritar como louco, e empurra o time, mas me parece que há um limite. Eu tenho um limite. Posso suportar um montão de coisas, pressões, coisas que podem acontecer, mas nessa situação parece muito estranho com 15 partidas realizadas. Se estamos sem a metade do grupo, acham que é uma situação fácil? Melhorar futebolisticamente, por mais que tenhamos vontade…, mas pensam que os jogadores vão jogar melhor assim? Desculpem, mas queria dizer o que penso”, concluiu.
*Da Redação Itatiaia