Vice-presidente pregou cautela e evitou comentar o teor do depoimento do ex-chefe do GSI à PF; general estava no Planalto durante atos antidemocráticos.
O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) disse, neste sábado (22/04), que o general Marco Edson Gonçalves Dias “fez o correto” ao pedir demissão do posto de ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI). Alckmin falou sobre o tema em Brasília (DF), quatro dias após serem reveladas imagens que mostram o militar no Palácio do Planalto em 8 de janeiro, durante a invasão de participantes dos atos antidemocráticos.
“G. Dias fez o correto, que foi pedir demissão. Ele explicou que, naquele momento… as dificuldades de comando. Vamos aguardar”, afirmou Alckmin, utilizando a expressão pela qual o general é conhecido.
Alckmin foi questionado por jornalistas sobre o depoimento dado por Gonçalves Dias à Polícia Federal (PF) nessa sexta-feira (21/04). O general afirmou que estava no Planalto fazendo “gerenciamento de crise” da situação e que, naquele momento, não tinha “condições materiais” de executar, sozinho, as prisões dos manifestantes.
Reveladas pela CNN Brasil, as gravações do circuito interno de segurança do Palácio do Planalto mostraram a movimentação de Gonçalves Dias e de outros agentes do GSI no local. O general da reserva aparece em câmeras instaladas no terceiro andar, próximo ao corredor que leva ao gabinete do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Alckmin é o presidente em exercício do Brasil, uma vez que Lula cumpre agendas em Portugal. Mais cedo, durante entrevista em Lisboa, capital lusitana, o petista afirmou que ainda não decidiu os rumos do Gabinete de Segurança Institucional.
“O GSI, que é de minha responsabilidade, quando eu voltar, vou tomar a decisão que achar mais importante para o Brasil”, esquivou-se.
O presidente evitou comentar, também, a possibilidade de instalação de um Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para apurar os acontecimentos do oitavo dia deste ano.
“CPI é por conta do Congresso Nacional. Ele decide a hora que quiser decidir; (que) faça a hora que quiser fazer. O presidente da República não vota no Congresso Nacional. Não voto no Senado e não voto na Câmara. Os deputados decidem”, falou.