O deputado estadual João Magalhães (MDB) foi agredido durante uma reunião da Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária, da Assembleia Legislativa de Minas Gerais na noite desta segunda-feira (19). Um segurança da Casa também foi agredido.
Integrantes das forças de segurança pública de Minas Gerais que acompanhavam a reunião gritavam palavras de ordem contra o projeto de lei que aumenta a isenção fiscal para locadoras. Em determinado momento, João Magalhães teria sido xingado e deixou o espaço reservado aos deputados.
O parlamentar foi até o local onde estavam os servidores da segurança e disse: “Fala na cara”.
Nesse momento, as pessoas que estavam sentadas desceram em direção a ele e o agrediram com tapas na cabeça e uma pasta com papeis.
O deputado então recuou, e, no meio da confusão, um segurança da Assembleia levou um soco na cara. Em seguida, a situação foi controlada e João Magalhães retornou para o espaço reservado aos deputados. A reunião foi suspensa.
“O cara ficou agredindo e apontando para mim. Acaba que passa a agredir não o deputado, mas a minha pessoa. É um desrespeito à minha mãe. E se ele voltar a xingar minha mãe, vou voltar lá para tirar satisfação. Tem vários sindicalistas aqui que cansaram de ir no meu gabinete e sempre os recebi, com todo o respeito. Mas também quero respeito”, afirmou.
Essa é a segunda sessão na Assembleia marcada por desentendimentos entre integrantes das forças de segurança e parlamentares.
No dia 5 de junho, o líder do governo Zema, Gustavo Valadares (PMN), bateu boca com um servidor da segurança pública quanto tentava explicar o posicionamento do Executivo estadual sobre a concessão de reajuste para a categoria.
“O governo não tem como despesa apenas o gasto com pessoal. Esse é um deles. Esse debate que estamos fazendo aqui hoje é apenas mais uma das reuniões que vamos fazer para tentar achar algo que atenda a todos”, disse ao tentar concluir sua fala, quando foi interrompido.
Após este momento, houve um bate-boca com o marido da servidora, quando Valadares foi chamado de “mentiroso igual ao pai”. O pai de Gustavo Valadares é Ziza Valadares, que foi deputado federal constituinte e presidente do Clube Atlético Mineiro entre 2007 e 2008.
Clima quente na Assembleia
O clima é quente na Assembleia Legislativa de Minas Gerais desde o início da tarde. Mais cedo, três secretários do governo Zema – Igor Eto, Luísa Barreto e Gustavo Barbosa – compareceram a uma reunião para falar sobre as contas do governo. A sessão foi interrompida e durou somente 20 minutos até ser suspensa.
O motivo foram os protestos de integrantes das forças de segurança pública de Minas Gerais, que cobram o governo de Romeu Zema (Novo) por um reajuste nos salários.
As forças de segurança pública cobre que o governo Zemaconceda 35% de recomposição salarial, percentual referente ao período que se iniciou em 2015. Desde então, a segurança pública recebeu 13% em 2020 e 10% em 2022. Nos demais anos, não houve reajuste.
Integrante da base de Zema, Zé Guilherme ameaçou suspender a reunião por diversas vezes se os manifestantes não fizessem silêncio durante a fala dos secretários Igor Eto, Luísa Barreto e Gustavo Barbosa. Como o pedido não foi cumprido, ele encerrou a reunião.
“Infelizmente, não foi possível continuar. Eu tive que encerrar a sessão porque não se ouvia o que o secretário falava. Os deputados que estavam na sessão não conseguiam ouvir. Vinham ataques até pessoais aos secretários. Ficou inviável”, disse ele em entrevista após o ocorrido.
*Da Redação Itatiaia