A Secretaria Municipal de Saúde de Itabira notificou até a data de hoje 28/06, 18 casos suspeitos de febre maculosa no município, sendo, até então, um caso positivo e outro já descartado. Os demais 16 casos suspeitos ainda estão em investigação, incluindo um óbito, que também é investigado para outras patologias.
O paciente com teste positivo está bem. Os demais casos suspeitos, em contato com a Vigilância Epidemiológica, informaram apresentar apenas sintomas leves. Eles foram medicados com antibiótico específico para doença e são monitorados diariamente pelas equipes da Saúde. Todas as amostras foram enviadas para a Fundação Ezequiel Dias (Funed), laboratório responsável pelos exames.
A febre maculosa é transmitida pelo carrapato-estrela (Amblyomma sculptum). Os sintomas são febre, dor de cabeça, dores no corpo, náuseas e vômitos, diarreia e dor abdominal, acompanhadas ou não de manchas avermelhadas na pele. A Superintendência de Vigilância em Saúde orienta a população com histórico de picada de carrapato e que tenha frequentado áreas de mata, florestas, fazendas, trilhas ecológicas e que venha a apresentar os sintomas, que procure o mais rápido possível a Unidade Básica de Saúde mais próxima, hospital ou o Pronto-Socorro Municipal.
A partir do início dos sintomas, o tratamento deve começar em, no máximo, cinco dias. Após este período, o quadro clínico pode se agravar e a medicação não ter o efeito esperado.
O setor de Controle de Zoonoses também atua para conter o avanço da bactéria causadora da febre maculosa. O setor investiga junto aos pacientes e familiares o local de contato com o carrapato. Uma equipe vai até o local para coletar os espécimes e envia para a Funed. A partir dos resultados, é possível delimitar as áreas de risco.
Em caso de espécimes positivas com a bactéria causadora da febre maculosa, os proprietários dos terrenos em área de risco são orientados sobre tratamento do solo e dos animais parasitados para redução da população destes insetos.
A SMS ressalta que não há motivo para pânico. A febre maculosa tem cura e o tratamento é disponibilizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Como não existe uma vacina contra a bactéria transmitida pelo carrapato-estrela, adotar medidas de prevenção é fundamental para evitar a doença, principalmente pessoas que frequentam lugares onde há incidência de carrapatos, no período de seca, entre os meses de abril e outubro.
Em caso de frequentar campos e pastos onde há animais silvestres – como pacas e capivaras, ou de manejo de gado, cavalos, cabras e até mesmo de cães e gatos infestados por carrapatos, é necessário tomar as seguintes precauções:
– usar repelentes à base da substância icaridina (eficazes na prevenção de picadas de carrapatos);
– usar roupas de cor clara, vestimentas longas e calçados fechados (preferencialmente com meias brancas e de cano longo, assim, os carrapatos são vistos com mais facilidade);
– evitar andar, sentar e deitar em gramados ou locais com vegetação alta;
– examinar o corpo com frequência, pois quanto mais rápido o parasita transmissor for retirado, menores as chances de infecção;
– retirar os carrapatos encontrados no corpo com leves torções e auxílio de uma pinça;
– evitar contato com animais desconhecidos, principalmente nas áreas onde há a ocorrência da doença;
– sempre limpar e capinar as áreas de vegetação passíveis de cuidado;
– procurar a orientação de um médico veterinário caso o animal doméstico esteja com carrapatos;
– utilizar periodicamente carrapaticidas em cães, cavalos e bois, conforme recomendação do veterinário.