Os casos de chikungunya aumentaram seis vezes em Minas. Foram 89,7 mil notificações até o até o início deste mês, contra pouco mais de 13 mil em 2022. Em meio à disparada da doença capaz de provocar dores intensas e até matar, uma vacina com potencial para barrar as complicações provocadas pela picada do mosquito transmissor avança cada vez mais.
A dose desenvolvida pelo Instituto Butantan e pela empresa de biotecnologia franco-austríaca Valneva induziu a produção de anticorpos em 98,8% dos adolescentes que integram a fase final do ensaio clínico conduzido no Brasil. O imunizante também se mostrou seguro, conforme os pesquisadores.
Os dados serão avaliados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A expectativa é que uma possível aprovação ocorra no primeiro semestre de 2024. Nos Estados Unidos, a vacina contra chikungunya foi aprovada para adultos, tornando-se a primeira autorizada para uso no mundo.
Os resultados do Butantan são semelhantes aos obtidos pela Valneva na fase 3 dos EUA. Por aqui, o estudo tem a participação de 750 jovens de 12 a 17 anos que residem em áreas endêmicas em Belo Horizonte e outras dez cidades. Todos os voluntários serão acompanhados até cada um completar um ano de participação na pesquisa. A avaliação da resposta imune será repetida aos três, seis e 12 meses após a administração da vacina.
Segundo o Butantan, a vacina é segura também em adultos e idosos – no ensaio clínico dos Estados Unidos, o imunizante foi igualmente bem tolerado.
Durante o estudo feito no Brasil, não foi identificado nenhum ponto de preocupação. A pesquisa sugere que o produto é bem tolerado, inclusive em participantes que já foram infectados previamente pelo vírus da chikungunya.
A maioria das reações adversas foi considerada leve a moderada e se resolveu em cerca de três dias. Os efeitos mais comuns foram dor e sensibilidade no local da injeção, dor de cabeça, dor no corpo, febre e fadiga.
De acordo com os pesquisadores, por meio da parceria entre o Butantan e a Valneva será possível produzir e disponibilizar o imunizante no país pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
* Com informações do Portal do Butantan