DER-MG objetiva melhorar trafegabilidade e escoamento da produção agrícola; operações são realizadas em todas as regiões e beneficiam milhares de mineiros.
Com o início do período da estiagem, o Governo de Minas, por meio do Departamento de Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DER-MG), iniciou série de ações com foco na melhoria das estradas estaduais não pavimentadas. São quase 5 mil quilômetros dessas rodovias, que representam cerca de 20% de toda a rede rodoviária estadual.
Para dar conta de conservar e manter tantas vias, o DER-MG tem cronograma de trabalho que é executado pelas 40 Unidades Regionais (URGs) do órgão e abrange todo o território mineiro.
Além de cuidar da rede em revestimento primário, o departamento faz a manutenção de quase 20 mil quilômetros de rodovias pavimentadas. Juntas – pavimentadas e não pavimentadas – somam 25 mil quilômetros que ajudam a integrar o Brasil.
O diretor-geral do DER-MG, Rodrigo Tavares, explica que o excesso de carga nos veículos, juntamente com a água das chuvas, prejudica muito a vida útil desse tipo de via e o momento de estiagem é propício para a manutenção corretiva e preventiva.
“A manutenção da nossa malha não pavimentada vai ser melhor trabalhada e conservada, mesmo porque o aporte de recursos para este ano é maior que anos anteriores, em função dos novos contratos de conservação e manutenção que estão entrando em vigor”, explica Tavares.
Ele revela que serão investidos quase meio bilhão de reais em 2024, em manutenção, conservação e eliminação de pontos críticos de toda a rede de rodovias mineiras. O valor é quatro vezes maior do que era praticado nos outros anos. “Além disso, temos as obras de recuperação funcional e de pavimentação por meio do Provias, cujos recursos são de R$ 4 bilhões ao longo do programa”, acrescenta.
“Uma das bases da economia do nosso Estado é o agronegócio e muito do que produzimos está em regiões com trechos de rodovias não pavimentadas. Por isso, esse trabalho é constante para manter a trafegabilidade das rodovias, imprescindíveis para o escoamento da produção. É importante também ressaltar a integração entre distritos e municípios”, pondera o diretor-geral do DER-MG.
Quem transita diariamente pelas rodovias em manutenção já sente os resultados dos serviços. É o caso de Leandro Henrique Barcelos, gerente de uma empresa da área do agronegócio que fica às margens do LMG-743, no Alto Paranaíba. Leandro cuida de uma fábrica de rações, confina 15 mil cabeças de gado e tem uma produção diária de oito mil litros de leite, além de outros negócios da empresa que administra.
Segundo ele, as obras de manutenção e conservação que estão sendo executadas estão fazendo muita diferença no escoamento da produção. “Na área de influência da rodovia temos mais de 400 produtores que dependem das boas condições da rodovia para transportar os seus produtos até os consumidores”, destaca.
“Nós passamos um período de chuvas com muita dificuldade com os nossos 15 caminhões que circulam diariamente LMG-743. Um percurso de três quilômetros, nós tínhamos que dar muita volta devido às condições de tráfego. Agora, com esse serviço do DER-MG, a situação melhorou. O próximo passo é torcer para a pavimentação”, acrescenta.
Os 24,3 quilômetros já recebem a manutenção da pista com os serviços de patrolamento para posteriormente, ser encascalhada, entre Major Porto e Quintinos.
Serviços na rede não pavimentada
Nas rodovias não pavimentadas, os serviços incluem principalmente a reconformação mecânica da plataforma, conhecido popularmente como patrolamento por causa de um equipamento que era muito usado para fazer o serviço. Além disso, os trechos recebem revestimento primário, limpeza lateral da vegetação, escavação mecânica de valas para drenagem, compactação de vala e assentamento de bueiros metálicos em pontos específicos.
Para realizar os serviços, o DER-MG conta com operários e maquinários para deixar a pista terraplenada e nivelada com uso de rolo compressor que faz a compactação de solo, por meio da compressão do solo e da terra.
Manutenção em todo o estado
Um bom exemplo da atuação do DER-MG vem da região Noroeste de Minas com os serviços na LMG-680, entre o entroncamento da LMG-690 e o distrito de Entre Ribeiros, e na LMG-690, entre o entroncamento da LMG-680 e o distrito de Piri Piri. Os dois segmentos estão localizados na maior área irrigada da região.
“Estamos executando trabalhos de reconformação, de encascalhamento e de drenagem nas rodovias não pavimentadas com intuito de garantir o adequado escoamento das águas das chuvas e maior conservação da via e do solo de todo entorno, evitando formações de processos erosivos, além de garantir a boa trafegabilidade” explica Érica Francisca de Paula Araújo, coordenadora regional do DER-MG em Paracatu.
“São trechos muito importantes para o agronegócio, uma vez que estamos em uma das maiores áreas irrigadas e a maior área de plantação de grãos de Minas. Na região Noroeste, são produzidos 2,7 milhões de toneladas de grãos. Só na área de influência da LMG-658 a produção é de aproximadamente 798 mil toneladas, principalmente o plantio de soja e milho”, enumera Érica.
Na região Central, os trabalhos já começaram na área da URG do DER-MG de Curvelo, responsável pela manutenção e conservação de 273 quilômetros de trechos não pavimentados. Os serviços são realizados na MG-220 (entre Corinto e Andrequicé), na MG-231 (entre Santana do Pirapama e Cordisburgo) e na LMG-807 (entre Santana de Pirapama e Presidente Juscelino).
Os serviços de roçada, patrolamento e encascalhamento já chegaram na Zona da Mata com a execução das melhorias na MG-108, entre o entroncamento da BR- 474 e Mutum e na LMG-615, entre Barão de Monte Alto até o entroncamento com a BR-116. A execução dos trabalhos estão sob responsabilidade da URG do DER-MG de Manhumirim.
No Jequitinhonha, a manutenção já começou na MG-211, no segmento Capelinha, Setubinha e Novo Cruzeiro. O trecho de 100 quilômetros está sendo melhorado, tanto no segmento pavimentado, quanto no não pavimentado. Segundo a coordenadora regional de Capelinha, Ellen Dayene Cordeiro Sousa, uma nova frente de trabalho vai começar os serviços nos 100 quilômetros da MG-214, que faz a ligação entre Capelinha, Itamarandiba e Senador Modestino Gonçalves.
Material fresado
Com a maior malha rodoviária do país, o DER-MG tem buscado soluções alternativas para a melhoria de suas rodovias não pavimentadas. Como há limite de recursos financeiros, é preciso utilizar novas técnicas e materiais para a melhoria das condições de tráfego.
Uma das medidas é o uso de material fresado (como é chamado o resíduo) proveniente do Provias, maior conjunto de intervenções rodoviárias da última década em Minas, que está recuperando e pavimentando 124 trechos de rodovias do estado. A medida, além de evitar a criação de um passivo ambiental, gera economia aos cofres públicos.
Desde o início do Provias, a fresa tem substituído, em muitos casos, o cascalho extraído de jazidas para melhorar as estradas de terra. O benefício já é percebido no escoamento da produção em muitas regiões de Minas, além de melhorar a qualidade de vida de quem utiliza esses trechos no dia a dia.
É o caso da URG do DER-MG em Abaeté, na região Central. Além dos serviços de reconformação da pista, a MG-164 recebeu a aplicação de material fresado, entre Pompéu e o distrito de Silva Campos, retirado das obras do Provias, oriundos da MG-420.
Na região Norte, na área de competência da Coordenadoria Regional do DER-MG em Janaúba, o material fresado é usado para outra finalidade. O resíduo de asfalto retirado das obras de recuperação funcional do Provias, no trecho Nova Porteirinha até o entroncamento da BR-251, está eliminando os degraus que existiam entre o pavimento da pista de rolamento e o acostamento da rodovia MGC-122. Os desníveis são apontados como uma das principais causas de acidentes nessa rodovia. Com a utilização do material, o DER-MG está colocando fim a um antigo problema.
Mais recursos para manutenção e conservação
Para garantir que as ações tragam mais resultados, o DER-MG aumentou os investimentos para serviços de manutenção e conservação, passando de R$ 7 milhões na manutenção da malha rodoviária de cada regional, para uma média de R$ 24 milhões em investimentos.
“A expectativa neste ano é a melhora da conservação rodoviária tendo em vista o novo modelo de contrato de conservação permanente, que tem por objetivo aumentar a qualidade dos serviços de manutenção rotineira nas rodovias estaduais”, explica Rodrigo Tavares.
Segundo o diretor-geral do DER-MG, o ponto chave desse novo modelo é, sobretudo, o planejamento, de forma a garantir que pequenos problemas nas rodovias não evoluam para situações mais complexas, que coloquem em risco os usuários e gerem custos excessivos para os cofres públicos.
Das 40 coordenadorias regionais em todo o estado, 20 já começaram a trabalhar com o novo modelo de contrato e as demais implantarão gradativamente, ao fim dos contratos antigos.