Universidade ocupa a 294ª posição mundial em ensino segundo a Times Higher Education.
Sexta entre as brasileiras e nona na América Latina, a UFMG aparece no grupo 801-1000 das melhores universidades do mundo, segundo a edição 2025 do ranking da Times Higher Education (THE), divulgada na semana passada. O levantamento avaliou 2.092 instituições localizadas em 115 países e territórios.
Segundo o professor Dawisson Belém Lopes, diretor do Escritório de Governança de Dados Institucionais da UFMG, trata-se de um ranking dos mais tradicionais – é divulgado desde 2004 – e que adota uma regra de corte bastante restritiva.
“Para figurar nessa lista, a instituição precisar contar, no mínimo, com 1 mil artigos publicados na base Scopus nos últimos cinco anos. Estar nele já é uma vitória”, avalia o diretor.
A UFMG também aparece na posição 294 entre as universidades que oferecem o melhor ensino do mundo. De acordo com Dawisson, essa posição está relacionada a outra dimensão muito valorizada pela agência britânica: a reputação institucional.
“Esse indicador é aferido por meio de votos coletados entre pesquisadores e lideranças universitárias, dentro e fora do país, com peso maior entre os votantes do exterior. Nas últimas três edições do levantamento, o número de menções à UFMG subiu mais de 20 vezes, o que reflete o crescimento da exposição da nossa marca tanto dentro quanto fora do Brasil”, informa o professor.
Em algumas áreas, a UFMG teve um desempenho na edição de 2025 que supera a colocação geral. São os casos de Direito (201-250), Educação (251-300), Artes e Humanidades (301-400) e Ciências da Vida (501-600). “Além disso, nas áreas de Ciências do Esporte, Arquitetura e Veterinária, a Universidade está posicionada entre as 25% melhores instituições do mundo”, complementa Dawisson Lopes.
Queda na produtividade científica
A queda dos níveis de financiamento das universidades brasileiras (fator Recursos para pesquisa) foi captada pelo ranking da THE e resultou na redução generalizada da produtividade científica no Brasil, fenômeno que também já havia sido identificado pelo QS Ranking, divulgado no início deste mês.
Essa situação, segundo Dawisson, levou, inclusive, a agência britânica a produzir um documento retratando a situação global. Além do Brasil, universidades dos Estados Unidos, da Rússia, da Itália e da Espanha registraram queda de produtividade em pesquisa. Por outro lado, Índia, China, Turquia e Japão tiveram crescimento.
Na visão da reitora Sandra Goulart Almeida, o financiamento das universidades brasileiras impacta todas as áreas das instituições, em especial a pesquisa de ponta que necessita de infraestrutura adequada e modernizada.
“Há mais de uma década nossos orçamentos vêm sendo sistematicamente deteriorados. E hoje somos maiores, mais inclusivos e melhores com um orçamento que não acompanha a qualidade e o impacto da nossa Instituição. Necessitamos de financiamento sustentável e crescente, se quisermos que nossas universidades tenham desempenho compatível com as melhores instituições do mundo e ofereça uma educação de qualidade e de referência para a sociedade”, alerta a dirigente.
Ranking de impacto e cúpula de universidades
Outra classificação organizada pela Times Higher Education, na qual a UFMG se destacou já na sua estreia, é o Impact Rankings (edição 2024), que avalia o desempenho de instituições de ensino superior de todo o mundo em ações relativas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas.
No levantamento, divulgado em junho deste ano, a UFMG figura entre as 25% melhores instituições do mundo e como a melhor universidade brasileira nos ODS 3 (Boa Saúde e Bem-estar) e 10 (Redução de Desigualdades).
Além de rankings, a THE também organiza conferências com altos dirigentes da educação superior mundial. Uma delas, programada de 8 a 10 de julho de 2025, terá a UFMG como sede. Trata-se da THE Latin America Universities Summit, reunião de cúpula de universidades latino-americanas. Primeiro a ser realizado no Brasil em formato presencial, o evento tem como tema Universidades como repositórios de conhecimento confiável.