Cinco casas e um galpão da comunidade de Casquilho de Cima foram atingidos após o desmoronamento.
O número de pessoas desalojadas em decorrência do deslizamento de uma pilha de rejeitos de minério em Conceição do Pará, na região Centro-Oeste de Minas Gerais, dobrou nas últimas 24 horas. Segundo dados divulgados pela mineradora Jaguar Mining, responsável pela estrutura, na noite de domingo (8/12), pelo menos 134 moradores da comunidade de Casquilho de Cima tiveram que deixar suas casas por risco de novos desmoronamentos.
O incidente, que ocorreu no sábado (7/12), causou pânico entre os moradores e mobilizou as autoridades. Parte da montanha de material sólido desabou, atingindo pelo menos cinco casas e um galpão, alguns dos quais ficaram soterrados. Apesar dos danos materiais, não houve feridos.
A mineradora Jaguar Mining emitiu uma nota oficial reforçando o pedido para que os moradores não retornem às suas casas. “A medida é necessária para garantir a segurança de todos”, destacou a empresa. Equipes da Polícia Militar, Defesa Civil e Corpo de Bombeiros permanecem no local, realizando o monitoramento da área e impedindo o acesso à região afetada.
As famílias desalojadas estão sendo abrigadas em hotéis ou na casa de parentes. Ainda não há previsão para o retorno das pessoas às suas residências. A mineradora informou que está prestando toda a assistência necessária às famílias atingidas.
ANM interdita mina
A Agência Nacional de Mineração (ANM) determinou na noite de sábado (7/12) a interdição e suspensão imediata de todas as atividades da mina de Turmalina, em Conceição do Pará, após deslizamento de uma pilha de rejeitos.
Segundo auto de interdição da ANM, a decisão de paralisar a minada Jaguar Mining ocorreu após vistoria in loco realizada no sábado pela agência reguladora na Pilha Sanoco, com “não comprovação da segurança do empreendimento, constatando risco iminente”.
A agência reguladora informou que foi realizada evacuação dos moradores da comunidade de Casquilho de Cima na manhã de sábado, mantendo-se no local somente pessoal da equipe de drenagem de mina, para garantir questões de segurança no local.
O Corpo de Bombeiros de Minas Gerais informou que não houve vítimas.
“Após vistoria, foi verificado que o ocorrido na pilha não teve interferência direta na barragem, a qual mantém seu status, com níveis de segurança dentro dos parâmetros de legislação e sem anomalias”, acrescentou a agência reguladora.
Fiscalização constante
Em ofício enviado à ANM, o Ministério de Minas e Energia pediu que fossem “adotadas, de imediato, medidas de fiscalização rigorosas em relação às estruturas e para a efetiva solução da questão”.
O documento da pasta também solicita que sejam aprimoradas ações normativas e práticas para que casos semelhantes sejam imediatamente avaliados quando informados à ANM.