Menos de cem dias após a confirmação da primeira morte por coronavírus em Minas Gerais, o Estado alcançou nesta manhã de sexta-feira (19/06) a trágica marca de 600 mineiros, perdidos na luta contra a pandemia de Covid-19. Trinta destes óbitos foram confirmados pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) apenas entre quinta-feira (18/06) e esta manhã.
O curto período de 24 horas também bastou para que outros 1.146 diagnósticos positivos para a doença fossem confirmados em Minas Gerais. Estes somados aos já existentes dão o tom da pandemia no estado: são 26.052 infectados, sendo que mais de 10 mil deles ainda estão em monitoramento – ou porque o período de quarentena ainda não acabou para eles ou porque continuam a apresentar sintomas.
Um dado contido no balanço do órgão estadual desta sexta-feira basta para demonstrar como o coronavírus se alastrou para os municípios no interior de Minas Gerais. Até o momento, 604 cidades mineiras confirmaram pelo menos um caso da doença, o que corresponde a 70% dos municípios aqui existentes.
O cenário é principalmente caótico em Belo Horizonte, que decide nesta sexta-feira se mantém o projeto de reabertura do comércio ou se decide que é o momento certo para interromper novamente o trânsito de moradores. Relatório aponta que são 3.789 infectados na capital mineira e 90 mortes aconteceram na cidade – quatro delas apareceram pela primeira vez no documento estadual desta sexta, os pacientes eram quatro mulheres com idades entre 32 e 90 anos que faleceram entre 12 e 17 de junho.
A segunda cidade com maiores números de mortes e infectados é Uberlândia, no Triângulo Mineiro. Dois mil e seiscentas pessoas estão diagnosticadas com a Covid-19 no município onde aconteceram 51 mortes – seis dos óbitos confirmados apenas nas últimas 24 horas. Dados do balanço do Estado são um pouco diferentes das estatísticas do próprio município. Documento feito pela Prefeitura Municipal de Uberlândia aponta que por lá o número de casos é superior a 4.500.
Logo atrás aparece Juiz de Fora, cidade da Zona da Mata que pode alcançar a marca de 1.000 moradores infectados na próxima semana caso seja mantido o ritmo atual de transmissão – relatório do próprio município aponta que a quantidade de casos é maior que os 906 descritos pela Secretaria de Estado de Saúde.
Perdas inumeráveis
Esta sexta-feira (19) é o terceiro dia seguido em que a SES-MG declara ter confirmado um número de óbitos superior a 30 no período de um dia para o outro. Entre terça (16) e quarta-feira (17), somaram-se 35 óbitos à trágica estatística, uma quantidade recorde de mortes confirmadas em 24 horas. Transcorridas mais 24 horas, a Saúde confirmou outros 33 óbitos causados pela Covid-19 na quinta-feira (18). São 30 nesta sexta.
As mortes que passaram a constar no documento do Estado aconteceram entre os dias 28 de abril e 17 de junho. Existe, portanto, uma demora que pode superar até 50 dias para quem um óbito por Covid-19 entre para o balanço da Secretaria. As pessoas que morreram eram moradoras de 20 diferentes municípios de Minas Gerais, sendo que a mais nova tinha 32 anos e a mais velha, 90.