Após a terceira rodada de negociações com a Vale para definir as cláusulas do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) 2017/18 realizada com o Sindicato Metabase em Belo Horizonte na manhã desta quarta-feira (25) a empresa voltou a dizer que mantém o corte nos procedimentos de ortodontia e implantodontia da Assistência Médica Supletiva (AMS) e ofereceu apenas a perda da inflação acumulada no último ano como proposta de reajuste salarial.
Ambas as propostas foram duramente criticadas pela direção da Unidade Sindical, grupo de sindicatos que negociam com a Vale e concluídas em clima de revolta. O único recuo da mineradora, mesmo assim considerado irrisório pelos sindicalistas, foi prorrogar a data de cancelamento dos benefícios odontológicos. A Vale adiou para o dia 30 de novembro o corte, ou seja, os procedimentos serão mantidos para os trabalhadores que iniciarem um tratamento de ortodontia e implantodontia na vigência do acordo atual.
Quanto ao reajuste, a Vale quer pagar apenas o acumulado da inflação, calculada com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) de 1º de novembro de 2016 à 31 de outubro de 2017, que não deve atingir 2% este ano. Ignorando a reivindicação dos sindicalistas de pagar os 5% de ganho real. Para o cartão alimentação, a direção da Vale ofereceu o mesmo índice de reajuste, apenas a inflação acumulada.
Uma das principais críticas feitas pelo Metabase quanto à proposta de reajuste é devido aos números de produção apresentados pela empresa na semana passada. As minas itabiranas foram responsáveis por aproximadamente 10% de toda a produção da Vale, renderam 9,6 milhões de toneladas de minério, enquanto o segundo trimestre registrou 9,07 milhões de toneladas. O crescimento entre os períodos corresponde à 5,9%.