O Twitter confirmou, nesta quarta-feira (5), que restringiu temporariamente a campanha do presidente Donald Trump de realizar novas postagens (tuitar) depois que a conta oficial compartilhou um vídeo contendo alegações falsas sobre o novo coronavírus.
O tuíte, um vídeo da entrevista de Trump à Fox News, em que ele disse que as crianças são “quase imunes ao vírus “, viola as Regras do Twitter sobre desinformação a respeito da Covid-19, disse um porta-voz do Twitter em comunicado. “O proprietário da conta precisará remover o tuíte antes que ele possa tuitar novamente.”
A conta parecia ter a capacidade de tuitar após o comunicado da empresa, sugerindo que a campanha havia cumprido o pedido e removido o vídeo. O Twitter confirmou que a conta da campanha pode tuitar novamente.
Poucas horas antes, o Facebook removeu um post da página principal de Trump, apresentando a mesma entrevista por razões semelhantes.
Courtney Parella, porta-voz da campanha de Trump, disse que o presidente estava “afirmando que as crianças são menos suscetíveis ao coronavírus”, ecoando a declaração que ela compartilhou após a remoção do Facebook.
Parella acusou o Vale do Silício de ser tendencioso contra o presidente e disse que “as empresas de mídia social não são os árbitros da verdade”.
O Twitter e o Facebook têm demonstrado uma crescente disposição de agir sobre as postagens de Trump e as pessoas próximas a ele, colocando rótulos em várias postagens nas últimas semanas sobre tópicos que vão da votação a protestos.
Na semana passada, o Twitter impôs uma restrição semelhante à conta do filho do presidente, Donald Trump Jr., depois que ele postou um vídeo com um médico fazendo alegações falsas sobre curas por coronavírus e afirmando que as pessoas “não precisam de máscaras” para evitar o vírus de se espalhar.
O Twitter disse na época que algumas das funcionalidades da conta, incluindo a capacidade de tuitar, seriam restritas por 12 horas.
Em junho, o Twitter colocou uma etiqueta de advertência em um tweet do presidente, no qual ele avisava que se os manifestantes tentassem estabelecer uma “zona autônoma” em Washington DC, eles seriam “recebidos com muita força!”
O Twitter disse que o tweet violou a política da empresa “contra comportamento abusivo, especificamente, a presença de uma ameaça de dano contra um grupo identificável”.