Minas Gerais acompanha seis crianças que podem ter desenvolvido Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica após contágio por Covid-19. Quatro novos casos foram registrados entre a última semana e esta. A informação foi confirmada pela Secretaria de Estado de Saúde ontem, terça-feira (11).
Esta síndrome, que foi registrada pela primeira vez em abril, na Inglaterra, e posteriormente em outros países, costuma manifestar os primeiros sintomas após o contágio por coronavírus. Mas ainda não há confirmação científica da relação entre as duas.
De acordo com a infecto-pediatra Andrea Lucchesi, os sintomas da síndrome são febre intensa, choque, com acometimento do miocárdio – músculo do coração que garante a circulação sanguínea- , e manifestações gastrointestinais agudas, como diarreia, vômito ou dor abdominal.
“Possivelmente, tem mais crianças que desenvolveram a síndrome. A partir de maio é que começaram a ser publicados alguns estudos relacionando à Covid, mas até há 15 dias não era de notificação compulsória”, afirmou.
A Síndrome Inflamatória Multissitêmica Pediátrica é semelhante a uma outra já conhecida do meio médico, a de Kawazaki, segundo a infecto-pediatra, o que pode ter gerado uma dificuldade no diagnóstico nos primeiros casos. A diferença é que a associada à Covid-19 costuma atingir crianças entre 9 e 10 anos e é mais grave que a outra, que acomete menores de 5 anos.
A Secretaria de Estado de Saúde confirmou que por ser uma condição nova, a Síndrome Multissistêmica Pediátrica passou a ter obrigatoriedade de notificação após o dia 20 de julho. De acordo com a pasta, municípios e serviços de saúde estão sendo orientados para realizar notificação de qualquer casos suspeito da síndrome, potencialmente associada à Covid-19.
A primeira vez que a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais falou sobre o assunto foi na última terça-feira (4), durante transmissão ao vivo nas redes sociais. Na ocasião, eram monitoradas duas crianças.