Já está em fase de elaboração por parte da Secretaria de Estado de Educação (SEE) os protocolos para uma possível retomada das atividades presenciais nas escolas de Minas Gerais. No entanto, as aulas, que estão suspensas desde março devido à pandemia de coronavírus, ainda não têm data para voltarem.
Segundo a presidente Zuleica Reis Ávila, o encontro foi produtivo e demonstrou um avanço no processo de retomada. “Os executivos que nos atenderam entendem perfeitamente os impactos que a não previsibilidade de retorno pode causar. O fechamento de escolas já está acontecendo; pode ter desligamento de professores; e sem contar no impacto que isso causa nas crianças”, disse.
Zuleica também afirmou que já enviou projetos de protocolos ao governo, feitos em parceria com a Associação Mineira de Epidemiologia e Controle de Infecções (Ameci) e com advogados, que sugerem como seria feita a volta às aulas da maneira mais segura possível, prezando pela saúde dos alunos, das famílias e dos educadores.
Minas Consciente
O governo de Minas informou que está avaliando os meios mais seguros para retomada das atividades presenciais nas instituições de ensino, considerando critérios técnicos e científicos. “O material será finalizado, após amplas discussões e estudos realizados pela secretaria com entidades educativas e será apresentado em breve”, diz nota.
Um dos objetivos seria incluir a educação no programa de flexibilização das atividades comerciais do Estado, o Minas Consciente. Conforme a presidente do Sinep-MG, essa inclusão seria muito importante, porque tanto as escolas quanto as famílias podem se planejar melhor, mesmo sem uma data definida.
“Agora, eles (Comitê) vão fazer uma reunião mais ampla para colocar a educação dentro do Minas Consciente e, caso isso se concretize, vai ficar mais fácil ter uma previsão, já que, caso ela entre em tal onda, as pessoas de tal município já terão uma noção com relação à região que ela está inserida”, explicou.
Ainda segundo Zuleica, nesse primeiro momento, a prioridade é a Educação Infantil. “A nossa ideia é que se priorize as crianças menores, principalmente aquelas entre 0 e 5 anos, porque nessa faixa etária os impactos são maiores, é quando elas precisam mais do convívio social e da escola. Além disso, com a reabertura do comércio, muitos pais voltaram a trabalhar e não têm com quem deixar os filhos”, completou.
Avanço
A deputada estadual Laura Serrano (Novo), que participou da reunião, também considerou que o debate não era importante apenas por uma data de retorno em si, mas para uma previsão, ajudando no planejamento dos donos de escolas, professores, pais e alunos.
“É fundamental que a gente tenha uma previsão, porque hoje a educação está apartada das ondas do Minas Consciente, e isso faz com que não se crie nenhuma expectativa. Para as escolas, por exemplo, essa inclusão é essencial para elas se planejarem para receberem de volta os alunos com maior segurança e tenham um tempo propício para se adequarem às novas normas”, contou.
A parlamentar também destacou o impacto que um fechamento em massa de escolas particulares pode causar sobre o ensino público. “Nós temos mais um desafio: 80% das escolas infantis no Brasil não vão resistir à pandemia e vão fechar, pois existe uma grande possibilidade de falência. E com as escolas particulares fechadas, vai ter uma sobrecarga no setor público. Mas eu repito: essa volta tem que ser com responsabilidade”, concluiu.
Zema
Por diversas vezes, o governador Romeu Zema (Novo) disse que essa volta só irá acontecer quando os indicadores da pandemia estiveram propícios. No entanto, durante uma entrevista em julho, ele disse que o retorno deve ocorrer ainda no segundo semestre deste ano.
“Não sabemos ainda, mas quero lembrar: é o meu maior anseio que essas aulas voltem o quanto antes. Eu sei que as crianças em casa não estão aprendendo tanto quanto poderiam com aulas presenciais. Queremos fazer isso o quanto antes. O que eu puder fazer para agilizar, com segurança (…) Vamos fazer”, explicou Zema.