Três dias após o governador Romeu Zema (Novo) anunciar o pagamento de parte do 13º salário para os servidores do Estado, o governo de Minas segue discutindo alternativas para quitar a totalidade da bonificação natalina. Além de remanejamentos no Orçamento, o Palácio Tiradentes voltou a cobrar da Assembleia Legislativa o avanço na discussão sobre projetos considerados prioritários, a exemplo da privatização de estatais, e que não conseguiram avançar no Parlamento nos dois primeiros anos da gestão atual.
Em audiência na ALMG realizada nesta segunda-feira (30), o secretário de governo, Igor Eto (Novo), disse que o Executivo espera anunciar o cronograma do pagamento em breve. “Esperamos, no mais curto espaço de tempo, anunciar o restante do cronograma do pagamento, mas estamos neste momento em busca de alternativas e de soluções, de remanejamento de Orçamento e projetos que estão em tramitação aqui na Assembleia”, afirmou, durante sabatina realizada no âmbito do programa Assembleia Fiscaliza.
Nesse contexto, o principal articulador político de Zema com a ALMG cobrou a discussão de temas prioritários para o governo. Embora tenha reconhecido que as pautas são delicadas, Eto argumentou que “não há mais proibição de se discutir”. “Gostaria de discutirmos com os parlamentares propostas e solução para o Estado. Existem pautas delicadas, mas entendo que a esta altura não há mais proibição de se discutir, mas se discutir de forma transparente, de forma limpa, assuntos para o nosso Estado, como por exemplo a desestatização, seja da Codemig ou de outras pautas”, afirmou.
Com isso, Igor Eto reforça o discurso que já vinha sendo adotado pelo governador Romeu Zema há alguns meses e que foi colocado pelo secretário de Planejamento e Gestão, Otto Levy Reis, na semana passada. A aposta do Palácio Tiradentes é de que a venda da Codemig (medida que foi enviada para a ALMG mas que segue parada na Casa) possa equalizar as contas. Além disso, há outras empresas no radar de privatização, como a Cemig e a Copasa.
O titular da Segov reconheceu que o pagamento do 13º salário de forma parcelada é um descumprimento do Estado com relação ao funcionalismo. “Mas essa é a realidade do Estado, que vem se arrastando há alguns anos. A despeito de governos terem tentado encontrar soluções, ainda temos uma situação muito delicada. E infelizmente conseguir pagar na integralidade apenas 40% dos servidores (que recebem até R$ 2 mil) do nosso Estado, hoje, é motivo de celebrar. Afinal de contas, é um ponto de virada em relação ao que vemos acompanhando no nosso Estado nos últimos anos”.
Convocação. Durante o encontro, o titular da Segov também anunciou que o governo vai convocar excedentes do concurso da Polícia Civil. Ao todo, serão chamados 156 aprovados num concurso de 2018 para escrivão de polícia. Metade desse efetivo será chamada em janeiro e o restante em julho de 2021. O Estado também vai convocar 65 candidatos aprovados para o concurso de delegado, seguindo o mesmo cronograma do chamamento para os escrivães.