Flaviano Carvalho, representante da Localima, empresa proprietária do ônibus que caiu de um viaduto na BR-381, em João Monlevade, prestou depoimento à Polícia Civil da cidade, na tarde desta segunda-feira (7).
Flaviano afirmou que o motorista era temporário e que essas contratações passaram a ser feitas por causa da pandemia, já que os veículos ficaram parados a maior parte do ano.
“O motorista prestava serviço temporário. Não sabemos o que aconteceu, mas acreditamos em imprudência do motorista”.
O ônibus, que saiu de um povoado na zona rural de Mata Grande (AL) na manhã de quinta-feira (3), e seguia para São Paulo (SP), pertence à empresa, que afirma ter todos os documentos comprovando que o veículo está regular.
Na sexta-feira (4), dia em que o acidente aconteceu, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) afirmou que a empresa tem autorização para circular, mas o ônibus que se envolveu no acidente, não estava regular.
“A empresa está cadastrada na ANTT e tem um Termo de Autorização para prestação de serviço regular concedido pela Justiça, por liminar. No entanto, o veículo em questão não estava habilitado para prestar o serviço de transporte de passageiros”, disse o órgão.
Responsável pela viagem
O representante da Localima afirmou que, apesar de serem donos do veículo, não são os responsáveis pela viagem e que estão prestando toda ajuda às famílias.
“Temos um contrato com a JS Turismo, desde o ano passado. Nós alugamos os veículos para que eles façam as viagens. Estamos em Belo Horizonte desde sábado ajudando na identificação dos corpos. Não nos omitimos”.
Segundo ele, o contrato de locação termina no próximo ano e, até lá, a empresa JS tem “o poder e o direito” de fazer essa rota de Alagoas à São Paulo.
“Quem imprime as passagens é a JS e a responsável é ela que, até o momento, se omitiu de prestar qualquer ajuda às famílias”.
O G1 tentou contato com a JS Turismo, mas não teve retorno até a última atualização desta matéria.
Depoimento do motorista
O motorista Luiz Viana de Lima, que pulou do ônibus, se apresentou à Polícia Civil de João Monlevade no início da tarde desta segunda-feira (7). Ele está prestando depoimento sobre o acidente que deixou 19 mortos.
Luiz fugiu após o acidente acontecer. A polícia procurava por ele desde a sexta-feira (4). Segundo a corporação, o motorista não era considerado foragido, pois não havia mandado de prisão contra ele.
Translado dos corpos
Quatorze corpos de vítimas que morreram na queda do ônibus no viaduto conhecido como “Ponte Torta”, em João Monlevade (MG), foram levados para a Região Nordeste do Brasil no início da tarde desta segunda-feira (7).
A aeronave C-130 da Força Aérea Brasileira (FAB) decolou às 12h51 do Aeroporto da Pampulha, em Belo Horizonte, e seguiu com as vítimas.
Os parentes delas foram em um avião C-99, também da FAB. Os voos vão até a cidade de Paulo Afonso (BA), cidade a 87 km de Mata Grande (AL), de onde partiu o ônibus da Localima, que se acidentou em Minas.
Quatro corpos foram levados para São Paulo pela polícia daquele estado nesta segunda e um pela própria família neste domingo (6).
A assessoria da Prefeitura de Mata Grande (AL) informou que Maria Luiza de Oliveira, Elias Vieira Batalha e Maria Silma da Silva Batalha serão enterrados no estado de São Paulo.
O acidente
O ônibus da empresa Localima caiu do viaduto conhecido como “Ponte Torta”, no km 350 da BR-381, em João Monlevade, na Região Central de Minas Gerais. O acidente aconteceu por volta das 13h30 desta sexta-feira (4). Há suspeita de falha no freio do veículo.