Depois de dois anos de estudos na ‘Grande Pirâmide de Gizé’, no Egito, cientistas descobriram que há um grande espaço vazio entre as paredes do monumento. O achado foi publicado nesta quinta-feira (2) na edição on-line da revista “Nature” . Eles estimam que o vazio tem pelo menos 30 metros de comprimento.
O estudo teve como primeiro autor Kunihiro Morishima, da Universidade de Nagoya, no Japão, e incluiu também pesquisadores franceses da Université Paris Saclay.
Segundo os cientistas, ainda não se sabe o porquê desse vazio ou a função dele, já que o seu acesso foi obtido de forma indireta para evitar danos à pirâmide.
Cientistas, no entanto, comemoram a descoberta só possível após o surgimento de técnicas modernas da física. A pirâmide é estudada há mais de 200 anos e esse achado pode ajudar a desvendar os mistérios sobre a sua construção.
“Os achados mostram como a física moderna de partículas pode lançar novas luzes sobre o patrimônio arqueológico do mundo”, escreveram pesquisadores no estudo.
Para descobrir o espaço vazio, cientistas utilizaram imagens da pirâmide feitas com raios cósmicos, feixes com energia muito alta e enorme velocidade. Quando lançados sobre partículas, esses raios ajudam a desvendar os mistérios da formação dessas estruturas.
Os raios cósmicos formam partículas conhecidas como muões. Subatômicas, essas partículas são similares ao elétron e podem se comportar como o raio-x utilizado para fazer imagens do corpo humano. O muão possui uma trajetória quase linear e pode penetrar milhares de metros de pedra sem ser absorvido ou “sumir”.
A Grande Pirâmide de Gizé está localizada no planalto de Gizé, nos arredores do Cairo, no Egito. Ela integra o complexo de Grandes Pirâmides, onde também está localizada a famosa Grande Esfinge. Estima-se que ela tenha sido construída no reinado de Faraó Khufu (Queóps), que reinou de 2509 a 2483 a.C. (Com agências)