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Segundo o relatório divulgado nesta quinta-feira (2), apesar de igualdade de condições nos indicadores de saúde e educação e de “modestas melhorias” em termos de paridade econômica, as mulheres brasileiras ainda enfrentam acentuada discrepância em representatividade política, o que empurra o índice do Brasil para baixo.
Mais especificamente, as brasileiras sofrem com baixa participação em ministérios e no Legislativo, e salários mais baixos.
No sub-índice “Empoderamento Político”, o Brasil caiu da 86ª posição para 110ª.
Segundo o relatório, a renda média da mulher corresponde a 58% da do homem – mesmo percentual registrado no ano passado. Segundo o relatório, o rendimento médio anual é de US$ 11.132 (R$ 36.330) para mulheres e US$ 19.260 (R$ 62.860) para homens.
Na saúde e na educação, as brasileiras têm melhores indicadores. Para cada estudante homem do ensino superior brasileiro, elas ocupam 1,4 vaga. Já a expectativa de vida feminina é de 67,8 anos, frente a 63,1 anos da masculina.
O Brasil é o pior colocado entre as grandes economias do continente, atrás da Argentina (33º), México (66º) e Chile (70º). Ficou, porém, à frente do Uruguai (91º).
Entre os mais bem posicionados, há apenas um representante latino, a Nicarágua, em 10º lugar.
Desigualdade cresce no mundo após 10 anos de avanços
O relatório, que analisa a conjuntura nas áreas de trabalho, educação, saúde e política, mostra que a desigualdade de gênero voltou a crescer no mundo pela primeira vez após uma década de avanços constantes.
O estudo, realizado anualmente desde 2006, aponta que, mantido o ritmo atual, será preciso um século para acabar com a distância global entre homens e mulheres em escala mundial, contra os 83 anos calculados em 2016.
“Em 2017, não deveríamos estar constatando que a tendência de progresso a favor da igualdade se reverte”, declarou um dos autores do relatório, Saadia Zahidi.
Este retrocesso se explica pelo aumento da diferença entre homens e mulheres nos quatro pilares estudados pelos especialistas. “As áreas onde a diferença entre sexos são mais difíceis de superar são economia e saúde”, enquanto “o abismo político entre os sexos é o mais escandaloso…”.
A Islândia se manteve na liderança do ranking de igualdade de gênero, seguida por Noruega e Finlândia.
Entre os países do G20, a França (11ª) ocupa a primeira posição em matéria de igualdade, seguida por Alemanha (12ª), Grã-Bretanha (15ª), Canadá (16ª) e África do Sul (19ª).
Confra o Top 10 no ranking de igualdade:
- Islândia
- Noruega
- Finlândia
- Ruanda
- Suécia
- Nicarágua
- Eslovênia
- Irlanda
- Nova Zelândia
- Filipinas
*informações da Agência Estado