O Atlético-MG está longe da sua torcida desde 14 de março de 2020, no primeiro jogo de Jorge Sampaoli à frente do time. Lá atrás, no começo da pandemia, o Galo começou a jogar de portões fechados, sob o som mecânico de um DJ, que simula os cânticos da torcida. Contra o Fortaleza, o clube mineiro irá completar o 20º duelo neste cenário. Os resultados são positivos, mas a renda de bilheteria, no vermelho.
Para quem vislumbrava receber R$ 18,5 milhões em venda de ingressos em 2020, podendo até ampliar pela campanha de busca pelo título, a realidade da Covid-19 foi um soco no estômago. A cada partida de Mineirão fechado, são quase R$ 100 mil pagos em despesas habituais, e zero de receita. Até a partida diante do Santos, a diretoria do Galo acumulou R$ 1.892.560,45 de prejuízo, desde que passou a jogar sem torcida (veja na lista abaixo).
No começo, houve tentativa de amenizar a situação, vendendo ingressos virtuais e imprimindo fotos de sócios-torcedores em bonecos de papel que eram posicionados na arquibancada. De momento, apenas as faixas de torcidas organizadas colorem o cinza das cadeiras do Gigante da Pampulha. Duas delas, inclusive, foram em tom de protesto na última partida. E retiradas após ação do próprio clube.
Com a bola rolando, o Atlético obteve resultados dignos de tempos normais, com 40, 50 mil torcedores cantando, apoiando e pressionando os adversários. Com Sampaoli, o Galo perdeu apenas uma vez em casa (Athletico-PR). E o técnico argentino nem estava presente, na época do surto de contaminação de Covid-19. A soma apresenta 15 vitórias e três empates (Fluminense, Sport e Internacional). São 84,2% de aproveitamento, com 44 gols marcados e apenas 14 sofridos.
É o melhor mandante do Campeonato Brasileiro, com 39 pontos, dois a mais do que o líder Internacional no Beira-Rio. Diante do Fortaleza, entrará com todo o bom retrospecto em casa e perseguindo os 47 pontos que somou no Brasileiro de 2012, no Independência, esse sim, cheio a cada jogo.
– Hoje, infelizmente, ela (torcida) não pode estar no Mineirão nos apoiando. Mas poderá ser combustível nos últimos seis jogos. Se não for presencial, mas sim em emanar pensamentos positivos para a equipe – disse Rodrigo Caetano, diretor de futebol, em entrevista à Rádio Itatiaia.
O futuro
Não existe previsão das autoridades de saúde em relação à volta do torcedor às praças esportivas, ainda que o Brasil já tenha dado início ao plano nacional de vacinação da Covid-19. De qualquer forma, a peça orçamentária de 2021 do Atlético, aprovada em unanimidade pelo conselho, prevê arrecadação de R$ 19,2 milhões em bilheteria, tendo em vista também a provável participação do clube na Libertadores próxima.
As rendas líquidas do Atlético-MG com portões fechados:
- – R$ 76 mil (Patrocinense)
- – R$ 79 mil (América-MG)
- – R$ 91 mil (Corinthians)
- – R$ 96 mil (Ceará)
- – R$ 90,4 mil (Tombense)
- – R$ 104,6 mil (São Paulo)
- – R$ 107,8 mil (Bragantino)
- – R$ 100,1 mil (Grêmio)
- – R$ 107,3 mil (Vasco)
- – R$ 101,7 mil (Goiás)
- – R$ 104,9 mil (Fluminense)
- – R$ 104,6 mil (Sport)
- – R$ 107,4 mil (Flamengo)
- – R$ 100,6 mil (Athletico-PR)
- – R$ 104 mil (Botafogo)
- – R$ 107,1 mil (Internacional)
- – R$ 104,2 mil (Coritiba)
- – R$ 106,4 mil (Atlético-GO)
- – R$ 99,4 (Santos)
- Total: – R$ 1.892.560,45
- 19 jogos de portões fechados